MOLÉCULAS LIBERTADAS POR CÉLULAS ESTAMINAIS COM POTENCIAL PARA TRATAR DOENÇA DE ALZHEIMER

Diversos estudos recentes sugerem que as células estaminais mesenquimais (MSC, Mesenchymal Stem Cells) poderão permitir o desenvolvimento de uma terapia eficaz para a doença de Alzheimer.

 A administração destas células está associada a um efeito anti-inflamatório e à recuperação da memória, quando testada em modelo animal.

É, atualmente, consensual que as MSC exercem o seu efeito através da libertação de moléculas, que promovem a regeneração e diminuem a inflamação nas zonas afetadas.

 Um novo estudo, realizado em Itália, demonstrou, em modelo animal, que é possível evitar a progressão da doença de Alzheimer e a perda de memória utilizando moléculas libertadas por estas células estaminais.

Após várias experiências, os investigadores concluíram que as moléculas libertadas por MSC obtidas da medula óssea, quando administradas de forma continuada em ratinhos com doença de Alzheimer, eram eficazes no tratamento da doença e na recuperação da memória.

O protocolo otimizado consistiu na administração intranasal do tratamento uma vez por semana durante 4-8 semanas.

Após 4 semanas, os animais tratados recuperaram totalmente a memória, quando comparado com animais da mesma idade sem doença de Alzheimer.

A administração do tratamento durante 8 semanas induziu uma diminuição significativa na quantidade de proteína beta amiloide no hipocampo e córtex cerebral, comparativamente aos animais que receberam placebo.

Este resultado é muito significativo, já que a proteína beta amiloide é, em grande parte, responsável pela neuroinflamação característica da doença de Alzheimer, resultando na disfunção e morte neuronal em zonas do cérebro relacionadas com a memória.

 A acrescentar aos restantes resultados, o tratamento com as moléculas derivadas de MSC esteve associado a uma redução significativa da neuroinflamação e da perda de neurónios no córtex cerebral.

Este tratamento conduziu também a um aumento de 45% na longevidade dos ratinhos tratados, comparativamente aos que receberam placebo.

“Estes resultados são muito encorajadores e detentores de um imenso potencial de translação para a clínica, podendo constituir a base para o desenvolvimento de um tratamento eficaz para a doença de Alzheimer”, conclui Bruna Moreira, Investigadora do Departamento de I&D da Crioestaminal.

A doença de Alzheimer constitui a principal causa de demência na população idosa.

 A acumulação de proteína beta amiloide no cérebro e a neuroinflamação que a acompanham são processos característicos desta doença, conduzindo à perda de memória e demência.

 

Por: Atrevia