A estimativa foi avançada à agência Lusa por Laurinda Seabra, da “Algarve Surf & Marine Activities Association” (ASMAA), que disse ter já garantida “a saída de quatro autocarros completos do Algarve e do Alentejo” e a “presença de vários grupos de Lisboa” junto à Assembleia da República, local do protesto, a partir das 13:00.
Laurinda Seabra disse que o protesto vai dar voz às populações do Algarve e do Alentejo, assim como do Parque Natural da Costa Vicentina, que se opõem às intenções do consórcio ENI/GALP de avançar para a prospeção de um furo petrolífero na Bacia do Alentejo, ao largo de Aljezur.
A organização quer ainda, com o protesto, alertar a sociedade civil para as “irregularidades” no licenciamento do projeto e criticar o “desprezo” do Governo pelos 42.000 contributos contra o furo recebidos na consulta pública, precisou a mesma fonte.
“Nos quatro autocarros vão cerca de 200 pessoas e em Lisboa estamos à espera de várias centenas. Vamos ver o que acontece amanhã, mas possivelmente mais de 500 pessoas será possível reunir” em São Bento, afirmou Laurinda Seabra.
A mesma fonte lamentou haver “muita gente a trabalhar que gostaria de ir, mas não conseguiu meter folga”, mas garantiu que a sua voz será representada pela ASMAA, por outros grupos ambientalistas e de defesa do património que também se opõem à prospeção e exploração de petróleo e por alguns municípios algarvios, que também colaboraram para a organização do protesto, como Aljezur ou Loulé.
“Está previsto o furo na bacia do Alentejo, em frente a Aljezur, mas não concordamos que Portugal se torne numa área petrolífera, sobretudo numa zona que está protegida [Parque Natural do Sudoeste Alentejano e da Costa Vicentina), que tem tanto sol, tanto vento e com tantas oportunidades de energias alternativas ao petróleo”, argumentou.
A mesma fonte frisou que o protesto vai também coincidir com a audição na comissão parlamentar de Economia, Inovação e Obras Públicas dos subscritores de uma petição contra o furo do consórcio ENI/GALP na bacia do Alentejo, prevista para quinta-feira, a partir das 14:00, segundo disse à Lusa o presidente da Câmara de Aljezur, José Amarelinho.
O autarca também já se manifestou publicamente sobre a possibilidade de esta exploração petrolífera poder dificultar o processo de candidatura de Sagres a património da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) mas, ao ser questionado pela Lusa sobre esta matéria, remeteu uma posição para depois da audição parlamentar.
A ASMAA disse ainda que está prevista a realização de uma conferência de imprensa após a audição, com a participação de alguns dos subscritores, junto à Assembleia da República.
Por: Lusa