A primeira edição do «Blue Biotech Hackathon» decorreu durante o passado mês de outubro (18, 19 e 20) na Universidade do Algarve e na Sala Azul, em Albufeira.
O presidente da Câmara Municipal de Albufeira, José Carlos Rolo, destaca “a importância do evento pelo facto de reunir na cidade, durante dois dias, biólogos, cientistas de dados, engenheiros e a indústria, setores que diariamente enfrentam diversos desafios, para os quais os técnicos tentam encontrar em conjunto soluções com impacto na ciência e tecnologia marinha”. O evento, organizado pelo Centro de Ciências do Mar (CCMAR); Município de Albufeira; Algarve Tech Hub; Geek Sessions Faro e Local Foundation contou, também, com as seguintes parcerias: PhytoBloom – Microalgas de Necton; Inductiva.Al; Madre Fruta; APA – Agência Portuguesa do Ambiente; IPMA – Instituto Português do Mar e da Atmosfera; Blue-Cloud 2026; CRIA; CCDR Algarve; GreenColab; Faculdade de Economia da Universidade do Algarve e CGD de Faro.
Na Universidade do Algarve realizaram-se seminários, brainstorming e a formação de equipas, sendo que em Albufeira o programa sob o lema “junte-se a nós para inovar e criar soluções na Biotecnologia, Ciência e Indústria”, contemplou a apresentação de projetos e respetivos resultados perante um júri nomeado para o efeito.
O projeto vencedor “App de Monitorização das Águas Subterrâneas” baseou-se na criação de “app meteorológica” destinada à monotorização dos níveis das águas subterrâneas no Algarve, com apresentação dos dados de monotorização mensais da APA. A aplicação, que utiliza dados fictícios, está disponível em aww.fly.dev.
Em segundo lugar ficou o projeto “Estado das Pescas” que consiste na criação de um painel interativo que compila as capturas de peixe e os esforços de pesca no Atlântico, utilizando os dados do IPMA, de modo a destacar as tendências da sobrepesca. O terceiro foi atribuído ao projeto “IA para a Agricultura” que se prende com o desenvolvimento de um modelo de aprendizagem profunda para prever o teor de açúcar na Pera Rocha, com base em medições não invasivas do CEOT – Centro de Investigação sediado na UALg.
Para além dos prémios, foram atribuídas 3 Menções Honrosas aos seguintes projetos: Restauração de ervas marinhas, através de simuladores da Inductiva.AI, com que a equipa explorou os locais ideais para restaurar ervas marinhas na Ria Formosa; “Simulações de stocks de peixes”, em que apenas em algumas horas, os engenheiros da Inductiva.AI e um membro do IPMA converteram as simulações de stocks de peixes oceânicos do IPMA para computação de alto desempenho, abrindo a porta a políticas mais eficientes e melhores modelos e, por último, o projeto “Segurança Alimentar” através da apresentação de uma proposta destinada a detetar a contaminação bacteriana em plantações, utilizando métodos óticos e inteligência artificial.
A terminar o evento, o Município de Albufeira realizou uma sessão pública de pitching, aberta ao público, na praia do Inatel.
O presidente do Município de Albufeira destaca a importância do evento pelo facto de reunir na cidade, durante 2 dias, biólogos, cientistas de dados, engenheiros e a indústria, setores que diariamente enfrentam diferentes desafios, para os quais, em conjunto, tentam encontrar soluções com impacto na ciência e tecnologia marinha”. José Carlos Rolo refere que “o Turismo é a principal atividade do concelho e da região”, chamando, no entanto, a atenção para “a necessidade de diversificar a base da economia, nomeadamente em áreas que se prendem com as pescas, a agricultura, a ciência e a indústria, entre outras áreas”.
O Desafio de Monitorização das Pescas lançado pelo IPMA teve por principais objetivos reunir dados sobre as capturas, que posteriormente servem para rastrear a abundância das grandes espécies migratórias, bem como o estado dos stocks pesqueiros, referiu Rui Coelho, coordenador do Grupo de Grandes Migradores do IPMA.
Refira-se que com a iniciativa procurou-se “desenvolver uma ferramenta de visualização informativa, não só para os cientistas, mas também para o público em geral.