“O Cabo de São Vicente tem tido um acréscimo significativo de turistas e é, cada vez mais, um dos locais preferidos para ver o pôr-do-sol no Algarve, chegando-se a formar filas de vários quilómetros de veículos nas estradas de acesso ao farol”, disse à reportagem da agência Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Sagres, no concelho de Vila do Bispo, Luís Miguel Paixão.
Na opinião do autarca, a beleza natural das falésias da costa vicentina e o espetáculo proporcionado pelo pôr-do-sol “são motivos que atraem milhares de turistas ao longo de todo o ano”.
“Este fenómeno não acontece só nos meses de verão”, sublinhou, destacando que é nos meses de outubro e de novembro que o astro-rei “proporciona imagens mais deslumbrantes, devido à sua cor de fogo”.
No dia em que a Lusa se deslocou a Sagres, as nuvens escondiam o sol, mas ainda assim, e apesar do vento forte, várias pessoas tentavam captar em fotos os raios solares que surgiam sobre o oceano Atlântico.
Para a espanhola Eva Tejedor, a passar férias na cidade de Lagos e que se deslocou a Sagres por sugestão de amigos, o local “é de uma beleza inigualável, difícil de explicar”.
"Alguns amigos falaram-me da beleza da paisagem natural e do pôr-do-sol, mas hoje, infelizmente, não é um dia dos melhores, porque estão muitas nuvens”, lamentou a espanhola, de Madrid.
A frustração de não ver o pôr-do-sol em “todo o seu esplendor” era também o sentimento de Margarida Santos, de férias com a família em Albufeira: “Aconselharam-nos a visitar Sagres ao entardecer, mas, infelizmente, hoje as nuvens impedem de ver o sol a desaparecer no horizonte. No entanto, apreciámos o passeio e estas paisagens magníficas”, sublinhou.
Nas imediações do Farol do Cabo de São Vicente ou Farol de D. Fernando, mandado construir por D. Maria II em 1846, os dois parques de estacionamento existentes “já não têm capacidade para acolherem o elevado número de veículos”, que acabam por ficar aparcados ao longo da estrada que dá acesso à Fortaleza de São Vicente.
“Devido à grande afluência de pessoas e veículos, tanto a Câmara Municipal como o Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina deveriam olhar de outra forma para o espaço e o que ele representa, potenciando as suas capacidades turísticas”, referiu o presidente da Junta de Freguesia de Sagres.
Para Luís Miguel Paixão, sendo este um dos locais turísticos de referência do Algarve e do país, “era urgente que fossem implementadas infraestruturas de apoio, entre as quais miradouros, o aumento e ordenamento do estacionamento e a instalação de sanitários públicos”.
Por Lusa