A Câmara de Albufeira vai transformar o antigo edifício do tribunal num Centro de Artes e Ofícios,

projeto que alia a reabilitação de património à diversificação da oferta cultural num dos concelhos mais turísticos do Algarve.

O centro, que irá funcionar como residência temporária de artesãos, numa vertente incubadora, deverá estar a funcionar “em pleno” no início de 2021, revelou à Lusa Ana Pífaro, vice presidente da Câmara de Albufeira.

O edifício, cujas obras tiveram início em novembro, vai ter “uma componente expositiva, outra de formação e ainda artistas e artesãos a trabalhar ‘in loco’”, acrescentou, frisando que o objetivo é também incentivar à criação de novas empresas de artesanato.

A autarca destacou que se pretende que o visitante possa conhecer não apenas “as peças já concluídas”, mas “como se chega ao trabalho final” e, para isso, vai procurar ter sempre “algum trabalho a ser feito no local, ao vivo”, até para “aumentar o interesse das pessoas em visitar o local”.

Para atingir este objetivo vão ser estabelecidas parcerias com outras estruturas do concelho que “trabalham o artesanato e outros tipos de arte”, adiantou.

O projeto vai ainda disponibilizar informação sobre técnicas tradicionais de artesanato, quem produz e a forma como o faz, percorrendo todas as etapas ao longo do processo de produção, da ideia ao produto final – numa vertente informativa.

O objetivo é facilitar a transmissão de saberes ancestrais e promover a sua divulgação ao nível turístico.

Com vista a transmitir e adaptar antigos saberes à realidade atual, o projeto engloba uma área de formação vocacionada para diferentes tipos de público, nomeadamente, a comunidade escolar e turistas que queiram participar numa experiência de visita.

Ana Pífaro sublinhou que o centro não vai ficar estagnado apenas numa vertente, podendo acolher diversas valências, que se englobem na cultura.

“Tudo o que for possível fazer no centro será feito, desde o artesanato, a tapeçaria ou exposições”, referiu.

Há mais de 20 anos que o edifício – classificado como património de interesse municipal - deixou de exercer funções judiciais e a sua recuperação está “inserida numa política de reabilitação do património” do centro histórico de Albufeira.

A requalificação começou com a Praça da República, sendo que esta segunda fase inclui “a reabilitação do antigo tribunal e a antiga Igreja Matriz”, revelou a vice presidente.

A autarquia pretende “devolver alguma identidade ao centro antigo da cidade”, para usufruto dos munícipes, mas também acrescentar uma componente cultural quem visite a cidade.

 

Por: Lusa