O Concelho de Aljustrel, segundo os primeiros resultados dos recenseamentos gerais da população e habitação (Censos 2021), foi aquele que, entre os que desceram o número de habitantes, menos perdeu população no Distrito de Beja. Também é aquele que apresenta neste campo a menor taxa, quando comparado com o Distrito de Évora e o Distrito de Portalegre.

No total, de acordo os dados divulgados na quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) , tem uma descida de 4,1% face a 2011. Uma taxa menor do que aquela que tinha sido verificada, aquando do último recenseamento geral, entre 2001 e 2011, onde se verificou uma perda de perto de 1500 pessoas (12,53%).

No Distrito de Beja só Odemira ganhou habitantes. À exceção de Sines, no Litoral Alentejo, que também perdeu população, também todos os restantes concelhos, e já pertencentes ao Distrito de Setúbal, apresentam taxas superiores às de Aljustrel, no que diz respeito ao decréscimo de indivíduos residentes.

Recorde-se que o Concelho de Aljustrel começou a perder população na década de 1960, acentuando-se esta descida na década de 1970 (menos 4708 pessoas). Em 1981 teve uma perda de 4,48%, em 2001 de 11,87% e em 2011 de 12,53%.

É por isso que, e apesar desta descida, que se revelou muito menos acentuada do que aquela que se verificou entre 2001 e 2011, a Câmara de Aljustrel entende que este concelho tem condições para atrair e fixar a sua população, uma vez que estes dados, não sendo ainda os que esta autarquia deseja, são reveladores, sobretudo quando comparados com o que se passa no Alentejo e em todo o interior do País, da tendência que este município está a conseguir inverter e do caminho que é preciso ainda continuar a trilhar.

De referir ainda que o Censos 2021 não contabilizou a população flutuante, que alterna a sua permanência entre o Concelho de Aljustrel e a sua morada familiar, devido à sua atividade laboral, e que aqui habita e faz a sua vida durante vários dias da semana. População, esta, que se reveste da maior importância para a dinâmica social e económica deste concelho.

O Município de Aljustrel entende que a perda de pessoas no interior do País é um fenómeno que tem décadas. A comprová-lo está o paradigma de desenvolvimento que assenta na litoralização de recursos ao dispor do país. Modelo, este, que obriga, inevitavelmente, à deslocalização de pessoas e empresas, sobretudo para as duas grandes Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto, uma vez que, de acordo com este recenseamento, 50% da população encontra-se concentrada em 31 dos 308 municípios, precisamente nas referidas áreas.

De salientar também que na última década Portugal regista um decréscimo populacional de 2,0%, sendo a primeira vez, desde 1970, que o país perde população entre Censos.

 

Por: Município de Aljustrel