Estes 175 concelhos que estão acima do limite de incidência de 120 novos casos representam cerca de 56% do total dos municípios do país, quando, na última sexta-feira, este valor estava nos 42%.
Segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS) hoje divulgado, três concelhos ultrapassaram uma incidência cumulativa a 14 dias – entre 01 e 14 de julho – de mais de 960 casos por cem mil habitantes.
Acima deste limiar máximo, de acordo com as categorias definidas pelo Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças (ECDC), mantêm-se Albufeira (1.291 casos por 100 mil habitantes) e Loulé (1.176) e, a partir de agora, o concelho de Lagoa, na Região Autónoma dos Açores, com 1.003 casos.
Os dados da DGS indicam ainda que, nos últimos 14 dias, 47 concelhos ultrapassaram os 240 casos de infeção por 100 mil habitantes, enquanto outros 33 apresentam entre 480 e 959,9 casos por 100 mil habitantes.
A incidência cumulativa aumentou no concelho de Lisboa, que passou de 749 casos para os 831 por 100 mil habitantes, uma tendência que é idêntica no concelho do Porto, que também subiu dos 484 para os 758 casos.
Estes dois concelhos encontram-se, assim, no grupo de incidência entre os 480 e os 959,9 casos, ou seja, apresentam um risco elevado de contágio.
Sem qualquer caso de infeção pelo novo coronovírus nos últimos 14 dias estão agora 16 concelhos, menos quatro do que na última sexta-feira.
Na nota explicativa dos dados por concelhos é referido que a incidência cumulativa "corresponde ao quociente entre o número de novos casos confirmados nos 14 dias anteriores ao momento de análise e a população residente estimada".
Nos concelhos de baixa densidade populacional, que representam mais de metade do território continental, a linha vermelha que obriga os municípios a recuar no plano de desconfinamento está fixada nos 480 casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias e os restantes concelhos ficam sob alerta quando ultrapassarem os 240 casos por 100 mil habitantes no mesmo período.
Na quinta-feira, a ministra da Presidência admitiu, após o Conselho de Ministros, que a situação da pandemia em Portugal continental “continua a degradar-se” devido à elevada incidência de novos casos de infeção, o que coloca o país no quadrante vermelho da matriz de risco.
Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.194 pessoas e foram registados 922.747 casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em países como o Reino Unido, Índia, África do Sul, Brasil e Peru.
Por: Lusa