"O intervalo entre as doses que a comissão técnica recomendou é de seis a oito semanas, foi o intervalo considerado ótimo", precisou ontem Graça Freitas em conferência de imprensa realizada em Lisboa.
O intervalo foi definido na quinta-feira em reunião Comissão Técnica de Vacinação contra a covid-19, já depois de ter emitido o parecer favorável à vacinação desta faixa etária.
Quanto às crianças que tenham estado recentemente infetadas com o SARS-CoV-2, a primeira dose da vacina poderá ser administrada 90 dias após o diagnóstico, o mesmo período aplicado às restantes faixas etárias.
Na terça-feira, a DGS recomendou a vacinação das crianças entre os 5 e os 11 anos, na sequência da posição da Comissão Técnica de Vacinação, que considerou, com base nos dados disponíveis, que a avaliação risco-benefício, numa perspetiva individual e de saúde pública, é favorável à vacinação das crianças desta faixa etária.
O processo arranca nos dias 18 e 19 de dezembro, em que os centros de vacinação vão estar plenamente dedicados a esta faixa etária, e começa pelas crianças com 11 e 10 anos e aquelas que têm doenças consideradas de risco para covid-19 grave.
Seguem-se os 9 aos 7 anos nos dias 06, 07, 08 e 09 de janeiro, os 6 e 7 anos no fim-de-semana de 15 e 16 de janeiro e nos dias 22 e 23 conclui-se a administração das primeiras doses com as crianças de cinco anos.
A partir do dia 05 de fevereiro começam a ser administradas as segundas doses, devendo o processo estar concluído a 13 de março.
Questionada se a vacinação dos mais novos se poderá traduzir numa flexibilização das orientações para as escolas, incluindo no que respeita às situações de isolamento, Graça Freitas não rejeitou essa possibilidade, mas ressalvou que há outros fatores a ter em conta e, por isso, não é o momento adequado.
"A vacinação pode modelar os períodos de isolamento, tornando-os mais curtos, como já fizemos para outras faixas etárias e não será diferente nesta. Mas temos de ter sempre em atenção o patamar epidemiológico em que nos encontramos em cada momento", explicou, acrescentando que, atualmente, a situação epidemiológica é intensa e crescente.
Por outro lado, a diretora-geral da Saúde assegurou ainda que não haverá qualquer discriminação entre crianças vacinadas e não vacinadas, dentro ou fora da escola.
Relativamente às regras para as escolas, o referencial da Direção-Geral da Saúde publicado no início do ano letivo já previa as mesmas medidas para todos, numa altura em que estavam vacinadas as crianças e jovens a partir dos 12 anos, independentemente do seu estado vacinal.
Questionada sobre as situações em que, atualmente, é exigida a apresentação de um teste negativo a quem não tenha certificado de vacinação, Graça Freitas recordou que as crianças até aos 12 anos estão dispensadas e afirmou que continuarão a estar.
“Não estão previstas sanções de nenhum tipo para crianças que não estejam vacinadas, tem sido sempre assim. Nunca impedimos uma criança não vacinada contra o sarampo (…) de entrar onde quer que seja”, acrescentou.
A covid-19 provocou pelo menos 5.286.793 mortes em todo o mundo, entre mais de 267,88 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.626 pessoas e foram contabilizados 1.185.036 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.
Uma nova variante, a Ómicron, classificada como “preocupante” pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 57 países de todos os continentes, incluindo Portugal.