A máscara provoca maior perceção da dor e da raiva por parte do cérebro, que fica mais alerta na procura dos padrões faciais devido à parte inferior da face estar tapada, revela um estudo hoje divulgado.

“A máscara origina ruído comunicacional emocional, porém funciona como motivo para que o cérebro fique mais em alerta na procura dos padrões faciais”, refere o estudo científico “A Face das Emoções na Pandemia”, desenvolvido pelo investigador João Alves, sob a orientação do professor doutor Freitas-Magalhães e diretor do Laboratório de Expressão Facial da Emoção (FEELab), da Universidade Fernando Pessoa (UFP).

Segundo o estudo, cujas principais conclusões foram divulgadas em comunicado pelo FEELab, o cérebro fica mais instintivo na identificação da dor e da raiva.

“O cérebro facial procura mapear todos os vestígios que permitam identificar com rigor as emoções associadas. Como a máscara é um obstáculo, na parte inferior da face, o cérebro procura e intensifica os marcadores da face superior”, afirma o diretor do FEELab, citado no comunicado.

Freitas-Magalhães explica que tal comportamento “é ancestral e evolutivo, particularmente ao reforço instintivo de mapeamento da dor e da raiva no processo seletivo de sobrevivência”.

“Estes resultados confirmam o primado da conduta instintiva do cérebro quando em jogo está a sobrevivência humana”, conclui o diretor do Laboratório de Expressão Facial da Emoção.