“É uma preocupação para o mundo inteiro”, afirmou o primeiro-ministro, que falava aos jornalistas à chegada ao Teatro Nacional D.Maria II, em Lisboa.
António Costa declarou que, para tentar conter essa variante, “a União europeia adotou um conjunto de medidas para restrição de viagens de um conjunto de países” e, em Portugal, a partir da próxima semana, “passa a ser obrigatória a testagem em todos os voos provenientes de onde quer que seja”.
E indicou que “neste momento” já estão a ser testados os passageiros de “todos os voos provenientes da África Austral”.
“Ainda ontem num dos últimos voos que se realizou de Maputo para Lisboa foram testados todos os passageiros, estão em quarentena, e está a ser feita neste momento a sequenciação genómica dos vírus detetados nas últimas semanas de forma a verificar se em algum desses casos já tivemos alguma dessas variantes”, indicou.
O primeiro-ministro disse também que, apesar de “em vários países europeus” ter sido “detetada a presença desta variante até agora desconhecida, até agora em Portugal não foi”.
“Mas nós não somos uma ilha no mundo, esperemos que não [se registem casos], mas está a ser feito o trabalho para ser feita essa identificação e, nesse caso, tomar-se as medidas adequadas”, salientou.
Na ocasião, o chefe de Governo foi também questionado sobre os voos de repatriamento para portugueses, tendo indicado que “o Ministério do Negócios Estrangeiros está a organizar, como lhe compete, o conjunto de medidas que são necessárias para apoiar os nossos compatriotas que, surpreendidos com o aparecimento desta variante, estão retidos em diversos pontos do mundo”.
Lembrando que “logo na primeira vaga” foi necessário “repatriar todos os portugueses que estavam em Wuhan”, a cidade chinesa onde foram registados os primeiros casos de covid-19, António Costa disse que essa foi uma operação “de grande sucesso”, lamentando que tenha havido “a necessidade de repetir várias vezes”.
O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, pediu hoje desculpa e muita paciência pelos incómodos causados pela suspensão dos voos de e para Moçambique a partir de segunda-feira, comprometendo-se com a realização de voos de repatriamentos.
A covid-19 provocou pelo menos 5.193.392 mortes em todo o mundo, entre mais de 260,44 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.
Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.417 pessoas e foram contabilizados 1.142.707 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.
A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.
Uma nova variante, a Ómicron, foi recentemente detetada na África do Sul e, segundo a Organização Mundial da Saúde, o “elevado número de mutações” pode implicar uma maior infecciosidade.