O presidente do PSD, Rui Rio, defendeu hoje que o Governo tem de aproveitar o conhecimento acumulado desde o início da pandemia de covid-19, voltar a montar as estruturas de vacinação e administrar a terceira dose rapidamente.

Questionado pelos jornalistas, no Funchal, sobre que preocupações leva à reunião de quarta-feira com o primeiro-ministro, António Costa, dedicada à situação epidemiológica em Portugal, Rui Rio respondeu que “são as preocupações de qualquer português”.

“Ou seja, a pandemia está outra vez a agravar-se, não só em Portugal como em toda a Europa”, salientou, acrescentando que é necessário montar as estruturas necessárias à administração da terceira dose.

“Nós temos hoje um conhecimento acumulado que não tínhamos há um ano e, portanto, nós temos de aproveitar esse conhecimento acumulado aos mais diversos níveis, até ao nível da montagem rápida de uma estrutura de vacinação. […] o Governo tem de estar capaz de rapidamente voltar a montar as estruturas, que entretanto desmantelou, no sentido de nós conseguirmos levar a terceira dose rapidamente”, defendeu.

O líder social-democrata falava após uma reunião com o presidente da Câmara Municipal do Funchal, na Madeira, onde se encontra até hoje em campanha para as eleições diretas do PSD, marcadas para sábado.

Rui Rio disse compreender a impossibilidade de vacinar com a terceira dose toda a gente até ao Natal”, mas considerou “possível, até ao Natal, vacinar muita gente, particularmente aquelas mais débeis, que são os mais idosos”.

Interrogado se chamaria o vice-almirante Gouveia e Melo para liderar novamente o processo de vacinação, o presidente do PSD e recandidato ao cargo afastou essa hipótese.

“Eu tenho um apreço enorme pelo trabalho do almirante Gouveia e Melo. E acho que todo o país lhe está agradecido. Todos nós reconhecemos isto, mas também dizer que temos de chamar o almirante Gouveia e Melo outra vez é dizer, por exemplo, que nas Forças Armadas são todos meios incompetentes e que só há um competente”, justificou.

Rui Rio sublinhou ainda que medidas de confinamento e de fecho da economia são de evitar, defendendo, pelo contrário, a aplicação dos cuidados básicos de proteção.

“Acho que Portugal está já hoje em condições de fazer isto de uma forma otimizada e de uma forma equilibrada justamente pelo conhecimento adquirido”, realçou, reforçando que o nível de exigência que tem para com o Governo é hoje maior do que no início da pandemia.

A covid-19 provocou pelo menos 5.148.939 mortes em todo o mundo, entre mais de 256,91 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse com base em fontes oficiais.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.339 pessoas e foram contabilizados 1.123.758 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.