Os desenvolvimentos suscitados pelo surto epidémico do Covid-19 no concelho, bem como no resto do país, continuam a impor que se prossiga com o cumprimento das orientações e medidas decretadas pelas autoridades de saúde e que têm merecido por parte da população de São Brás de Alportel uma adesão voluntária e responsável.

Neste momento, a Comissão Concelhia do PCP de São Brás de Alportel não pode deixar de manifestar a total solidariedade aos trabalhadores da saúde, médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares, entre outros, cuja ação se tem revelado fundamental para responder às exigências de combate ao surto epidémico. Uma saudação que se estende igualmente a todos os outros trabalhadores que asseguram o fornecimento de bens e serviços essenciais à população e que também precisam de ver garantidas as suas condições sanitárias e direitos para poderem continuar a desempenhar as suas funções.

Uma palavra de solidariedade também para os demais que, de forma direta ou indireta, se vêm igualmente afetados pela situação, nomeadamente no plano social e laboral.

Face às circunstâncias, impõe-se a exigência do reforço da capacitação do Serviço Nacional de Saúde nas suas diferentes vertentes, nos serviços hospitalares, nos cuidados primários e nos demais serviços e unidades de saúde. A situação atual confirma e torna mais evidente que é com o Serviço Nacional de Saúde que as populações algarvias podem e devem continuar a contar.

A par das medidas que urge exigir a nível central e considerando que muitos trabalhadores estão atualmente em casa e que terão perdas de rendimentos, urge a tomada de posição para a criação de medidas sociais e de solidariedade a nível local que minimizem este impacto na vida de muitos milhares de são-brasenses. Apesar de alguns avanços, que saudamos, é preciso ir mais longe.

Considera, por exemplo, a Comissão Concelhia do PCP de São Brás de Alportel que não basta o alargamento dos prazos de pagamento de serviços prestados pelo Município à comunidade, como já foi implementado pela autarquia, sendo necessário que se criem também condições para a diluição dos valores a pagar por um período de tempo a determinar, de modo a que as famílias não se vejam posteriormente confrontadas com valores que não conseguem pagar de uma só vez.

De igual modo, há que continuar a dar resposta às necessidades sociais que, naturalmente, surgem em situações como a que atravessamos. Consideramos, por exemplo, que o Serviço Municipal de Psicologia deve ser reforçado, no sentido de prestar apoio a todas as novas situações que surjam derivadas da nova realidade (isolamento social, situações de lay-off, despedimentos, etc).

Igualmente, face à suspensão do circuito “Vir à Vila”, o que se compreende, deve existir um serviço de transporte de apoio à comunidade condicionado a utilizadores com necessidades reais e estritamente indispensáveis.

A Autarquia deve também procurar auscultar as Instituições Particulares de Solidariedade Social e Movimento Associativo Local no sentido de procurar, dentro das suas competências, dar as respostas necessárias a dificuldades sentidas no presente ou que que sejam previsíveis.

Perante uma situação de enorme exigência e complexidade, a Comissão Concelhia do PCP de São Brás de Alportel reafirma o seu compromisso de sempre na defesa intransigente dos interesses dos trabalhadores e da população do concelho.

 

São Brás de Alportel, 31 de março de 2020

Comissão Concelhia do PCP de São Brás de Alportel