O Farense e o Estrela da Amadora empataram hoje a zero em Faro, no encontro que abriu a 14.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol.

Vindo de um empate em casa do Benfica (1-1), o Farense somou o terceiro encontro seguido sem vencer, embora apenas tenha uma derrota nos últimos sete encontros no campeonato, subindo provisoriamente ao sétimo lugar, com 18 pontos.

Pela primeira vez esta temporada, o Estrela da Amadora conseguiu uma série de três jogos sem perder na I Liga, ascendendo, de forma provisória, ao nono lugar, com 16 pontos.

Futebol: I Liga/ Farense – Estrela da Amadora (ficha)

O Farense e o Estrela da Amadora empataram hoje 0-0, em jogo da 14.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, realizado em Faro.

Jogo disputado no Estádio de São Luís, em Faro.

Farense – Estrela da Amadora, 0-0.

Equipas:

- Farense: Ricardo Velho, Pastor, Gonçalo Silva, Muscat, Talocha, Cláudio Falcão, Vítor Gonçalves (Fabrício Isidoro, 68), Mattheus Oliveira (Elves Baldé, 75), Belloumi (Rafael Barbosa, 75), Marco Matias (Rui Costa, 68) e Bruno Duarte.

(Suplentes: Luiz Felipe, Igor Rossi, Artur Jorge, Cáseres, Elves Baldé, Rafael Barbosa, Fabrício Isidoro, Rui Costa e Cristian Ponde).

Treinador: José Mota.

- Estrela da Amadora: Dida, Hevertton, Erivaldo Almeida, Shinga, Jean Felipe (Manuel Keliano, 90+2), Léo Cordeiro, Vitó (Gustavo Henrique, 90+2), João Reis, Ronald Pereira (Regis Ndo, 59), Léo Jabá (Ronaldo Tavares, 77) e Kikas (André Luiz, 59).

(Suplentes: Edmilson, Regis Ndo, Ronaldo Tavares, André Luiz, Gustavo Henrique, Manuel Keliano, Alioune Ndour e Manu).

Treinador: Sérgio Vieira.

Árbitro: Cláudio Pereira (Aveiro).

Ação disciplinar: cartão amarelo para Mattheus Oliveira (08), Léo Jabá (71) e Fabrício Isidoro (81).

Assistência: 4.549 espetadores.

Futebol: Farense – Estrela da Amadora (declarações)

Declarações após o jogo Farense-Estrela da Amadora (0-0), da 14.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, disputado hoje em Faro:

- José Mota (treinador do Farense): “Era um jogo que queríamos muito vencer, por vários aspetos. Queríamos dar uma alegria aos nossos adeptos, queríamos dar-lhes uma prenda, sempre desejada nesta altura de festa. E queríamos dar uma alegria ao nosso querido Elber [jovem adepto do Farense que sofre da doença de Gaucher e a quem foi oferecida uma bola autografada pelos jogadores antes da partida], pela coragem e o sentimento com que ele estava por ver os seus ídolos.

Penso que a equipa trabalhou bastante, muito, para conseguir os três pontos. […] Temos de ser o mais pragmáticos possível e olharmos que um ponto, não sendo o objetivo inicial, acaba por ser um objetivo [cumprido].

Começámos o jogo a querer vencer, a tentar vencer, a jogar mais sobre o meio-campo do adversário, com o adversário mais em bloco baixo, a tentar as transições. 

Com o desenrolar do jogo, nós percebemos que o jogo está difícil, um jogo muito de pares, com pouco espaço, e nós não podemos perder de forma alguma o discernimento, a compostura da equipa. Porque se perdemos isso, podemos perder tudo.

E este foi um jogo assim, de uma equipa que se posicionou bem e que sempre que tinha a bola, tentou sair em transição. Nós, melhores, mas faltou-nos na zona de finalização gente para finalizar.

Na segunda parte, começámos com evidente sinal mais, a tentar jogar pelos corredores, obrigámos o adversário a recuar muito para cima da sua área, tivemos uma situação de golo que podíamos ter finalizado – o guarda-redes também está lá para brilhar – e depois também tivemos os nossos momentos em que tivemos de saber sofrer.

Foi um jogo equilibrado. Tenho de ser justo, e tenho de dizer que nós, se calhar, tentámos mais vezes chegar perto da baliza. Eu não vou dizer que merecíamos ter ganho o jogo, porque foi um jogo muito equilibrado. Agora que tentámos ganhar o jogo, isso tentámos, mas o adversário esteve sempre organizado. […] Queríamos mais, tentámos mais, mas o adversário também tem o mérito de nunca deixar que nós estivéssemos muitas vezes por cima no jogo”.

- Sérgio Vieira (treinador do Estrela da Amadora): “Em primeiro lugar, mais importante do que a análise desportiva e técnica ao jogo, queria deixar uma palavra ao menino Elber, que está a tentar viver momentos felizes e a lutar contra a doença que o afeta. E desejar-lhe muita força, a ele e aos seus familiares, assim como todas as pessoas que cuidam dele, enfermeiros e médicos.

Em relação ao jogo, nós ficámos com um sentimento a saber a pouco. Por todas as circunstâncias que nos dizem respeito a nós. As inúmeras ausências que nós tivemos, a forma como tivemos de preparar o jogo, a forma como entrámos, a forma como tentámos jogar bem, na casa do nosso adversário, perante o seu público, na máxima força e tranquilos na tabela.

Acho que nós merecíamos realmente levar os três pontos, acima de tudo pelas oportunidades claras que nós tivemos, que em determinado momento poderiam mudar o rumo do jogo e realmente confirmar os três pontos para nós.

Ficámos com esse sentimento, é algo que senti nos jogadores, em toda a nossa estrutura, mas acima de tudo orgulho da forma como viemos cá defrontar o Farense.

[Regresso a Faro] Foi aquele sentimento nostálgico, extremamente positivo, com gratidão por tudo o que vivi cá. Com o presidente, com todo o staff, com jogadores que acreditámos que podiam ser mais-valias para o futuro, como o Ricardo Velho, ou o Cláudio Falcão, entre outros que acabaram por sair.

Assim como todo o tempo que nós disponibilizámos para ajudar a crescer esta instituição – agora é a vez do Estrela e um dia vai ser a vez doutro clube. Mas é com gratidão, com carinho, pelos adeptos, por este ambiente fantástico no São Luís que faz falta ao futebol português – assim como no Estádio José Gomes e em todos estes clubes históricos”.

COMENTÁRIO: Farense e Estrela anulam-se e continuam separados por dois pontos em zona tranquila

Farense e Estrela da Amadora anularam-se hoje no jogo de abertura da 14.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, que terminou sem golos, mantendo-se separados por dois pontos em zona tranquila da tabela.

Numa partida relativamente equilibrada, os dois guarda-redes, também com a ajuda dos ‘ferros’, acabaram por sobressair nas poucas oportunidades de golo registadas nos 90 minutos e mantiveram as suas balizas a zero.

O Farense, após a terceira partida sem vencer, subiu ao sétimo lugar, com 18 pontos, e o Estrela é agora nono, com 16, ambos à condição na metade superior da classificação.

Os algarvios repetiram o ‘onze’ que conseguiu um ponto (1-1) no reduto do Benfica, enquanto nos ‘tricolores’, com cinco centrais ausentes – quatro lesionados e um castigado –, para manter o habitual ‘3-4-3’, Sérgio Vieira adaptou à posição os laterais Hevertton e Shinga, uma das duas novidades na equipa, a par de Léo Jabá, face ao triunfo sobre o Boavista (3-1).

O Farense sinalizou nos 10 minutos iniciais a possível falta de entrosamento do eixo defensivo forasteiro, tentando atacar a profundidade num par de lances em que, porém, não conseguiu criar perigo.

A formação da Amadora melhorou a partir daí e, até à meia hora de jogo, criou duas oportunidades, nos cabeceamentos de Ronald Pereira por cima (24 minutos) e de Vitó à barra (30), num lance que estava controlado pelo guardião Ricardo Velho.

O equilíbrio imperou até ao intervalo, mas as duas equipas foram controlando as poucas intenções ofensivas de ambos os lados, o que se explica pela pouca imaginação nos dois terços ofensivos.

Sem mudanças nos ‘onzes’, a segunda parte arrancou com um remate perigoso de Kikas (48 minutos), com resposta de Mattheus Oliveira, que acertou no poste esquerdo na marcação de um canto (55), e de Bruno Duarte, num cabeceamento travado por Dida (57).

O ritmo alto com que as duas equipas voltaram do balneário foi ‘arrefecendo’ numa noite fria, sem que as trocas nos dois conjuntos mudassem o rumo de um jogo muito nivelado.

O Estrela, em dois lances de bola parada seguidos, esteve muito perto do golo, num remate de Hevertton impedido por Ricardo Velho (82 minutos) e num cabeceamento de Ronaldo Tavares (83).

Os forasteiros ganharam embalo com esses lances e, na fase final da partida, estiveram ‘por cima’ dos algarvios, mas o ‘nulo’ acabou por prevalecer.