A Federação Portuguesa de Dadores Benévolos de Sangue (FEPODABES) alertou hoje para a necessidade de mobilização urgente dos dadores, considerando que os últimos dados oficiais apontam para “níveis preocupantes” das reservas de diversos grupos sanguíneos.

Em comunicado, a federação lembra que a última informação disponibilizada pelo Instituto Português do Sangue e da Transplantação (IPST), no passado dia 27 de dezembro, já dava conta de “reservas limitadas em diversos grupos sanguíneos”, designadamente no A-, B-, O+ e O-, Lembrando que o mês de janeiro “é historicamente um mês de diminuição muito significativa das dádivas”.

A FEPODABES diz que se verificam atualmente “todas as condições para a ocorrência da tempestade perfeita para uma falta de sangue de proporções verdadeiramente históricas e preocupantes”.

Citado em comunicado, o presidente da direção, Alberto Mota, lembra que nos últimos dias “têm chegado à FEPODABES relatos preocupantes, existindo o risco real de cancelamento de cirurgias devido à escassez de sangue”.

O responsável critica ainda o facto de o IPST ter deixado de disponibilizar “informação atualizada diariamente sobre as reservas de sangue”, que era divulgada no ‘site’ www.dador.pt, considerando que tal decisão “veio também contribuir para a desmobilização generalizada dos dadores”.

“Falta-lhes informação que os sensibilize para a necessidade da dádiva e que crie o sentido da importância – e por vezes urgência – do seu gesto benévolo”, diz ainda Alberto Mota.

Alerta ainda para “a necessidade de atuação atempada, enérgica e proativa do IPST, antes de estarem esgotadas as reservas”, sublinhando que é preciso “ir ao encontro dos dadores e não esperar pela diminuição das dádivas”.

Numa nota informativa enviada a meio do mês de dezembro aos profissionais dos serviços de sangue hospitalares e às federações de dadores, a Comissão para a Reserva Estratégica e Plano de Contingência (CREPC) do IPST chamava a atenção para a “necessidade de continuar a sensibilizar a população dadora para a dádiva de sangue”, apontando para um défice de colheita no mês de novembro comparativamente a períodos homólogos pandémicos e período pré-pandémico.

Na mesma nota, a CREPC recomendava medidas como o reforço do envio de mensagens aos dadores regulares, a seleção e convocação de dadores por grupos sanguíneos mais carenciados, intensificação da colheita de componentes por aférese, designadamente plaquetas.