O incêndio que está ativo em Odemira, desde quarta-feira, provocou quatro feridos, um deles grave, além de uma pessoa ter sido assistida no local, revelou hoje o comandante operacional distrital de Beja (CODIS) da Proteção Civil, Carlos Pica.

Num ‘briefing’ aos jornalistas, em Sabóia, onde está instalado o posto de comando do combate ao fogo, o responsável explicou que o jovem de 20 anos que sofreu ferimentos graves, na quarta-feira, tem “queimaduras de primeiro e segundo grau” em 40% do corpo.

O homem, um civil, foi assistido por elementos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e transportado para o hospital, já tinha adiantado à agência Lusa, na quarta-feira, fonte da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Além disso, houve três feridos ligeiros e “uma pessoa assistida”, acrescentou o comandante das operações de socorro, frisando: “São as tais ocorrências que temos nestes incêndios, que são as entorses, as más disposições e tudo mais”.

Na conferência de imprensa, em que as autoridades fizeram o ponto de situação deste incêndio que lavra há já 24 horas na freguesia de Sabóia, em zona de povoamento misto, com mato, eucaliptos, sobreiros e pinheiros, Carlos Pica esclareceu também que as chamas não passaram do distrito de Beja para o de Faro.

“Não tivemos situações significativas a registar no distrito de Faro”, afirmou, explicando que a progressão do incêndio foi travada e este não entrou no concelho de Monchique, ou seja, no Algarve.

Esse “era um dos objetivos do plano estratégico de ação, que era a Estrada Nacional 266 (EN266) e o estradão que limita o distrito de Beja com o distrito de Faro”, e, devido ao “trabalho conjunto” das várias entidades no terreno, “o incêndio ficou nesse espaço, não passou para o distrito de Faro”, frisou.

O CODIS de Beja revelou também que, apesar de o levantamento da área ardida ainda não ter sido feito pela GNR, a estimativa aponta para “algumas centenas largas de hectares” consumidos.

“O número exato” está por apurar, referiu, insistindo em que existe “área ardida só no concelho de Odemira”.

Antes dos esclarecimentos prestados por Carlos Pica, também o comandante regional do Alentejo da Proteção Civil, José Ribeiro, explicou aos jornalistas que o incêndio tem sido, principalmente na quarta-feira, uma “ocorrência de elevada exigência operacional” e “de grande complexidade, pelo local onde se desenvolveu, mas também pelas condições meteorológicas”.

“A noite acabou por nos ser favorável, e permitiu-nos um trabalho mais efetivo na maior parte dos setores que estão definidos [e] antecipar um conjunto de ações operacionais”, relatou.

José Ribeiro frisou ainda que está a ser desenvolvida “uma estratégia previamente definida” para os trabalhos de combate às chamas, que ainda estão ativas: “Estamos em crer que irá resultar em sucesso na intervenção que estamos a efetuar”.

Os bombeiros receberam às 13:14 de quarta-feira o alerta para o fogo, que eclodiu perto do lugar de João Martins, na freguesia de Sabóia.

A operação de combate envolve meios dos bombeiros e da Força Especial de Proteção Civil, assim como a AFOCELCA, GNR e Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).