Segundo Adelino Soares, “até agora não há conhecimento de casas que tenham ardido” e o fogo, apesar de ter passado “perto” de algumas casas, foi controlado pelos bombeiros, que conseguiram “garantir a segurança das habitações”.
O presidente da Câmara de Vila do Bispo adiantou que o loteamento do qual foram retiradas pessoas se situa numa zona conhecida como Monte Rui Vaz, perto de Barão de São Miguel, mas já fora dos limites dessa aldeia.
Notando que a frente de fogo tem “uma área de extensão de 10 quilómetros”, o autarca disse ainda terem ardido autocaravanas e que “um pequeno foco” chegou a passar “além” da Estrada Nacional (EN) 125, mas que foi “logo controlado”.
O incêndio deflagrou na zona da Vilarinha, na freguesia da Bordeira, em Aljezur, mas depressa se alastrou para o concelho limítrofe de Vila do Bispo, tocando também o de Lagos, já que se trata de uma zona “que é confinante com os três concelhos”, indicou Adelino Soares.
Mariana Pacheco, moradora na aldeia de Vale do Boi, no concelho de Vila do Bispo, a uns quilómetros de Budens, relatou à Lusa que o incêndio está “longe de estar controlado” e que um vizinho viu chegar reforços do Seixal e de Setúbal.
“Há pouco não conseguia ver o fogo da janela do meu quarto, agora já consigo, por isso está a avançar para sul”, calculou, sublinhando que os moradores estão fora das suas habitações, “alguns nos automóveis, outros a tentar ajudar a Proteção Civil”.
Segundo a moradora, as autoridades não alertaram para qualquer possibilidade de evacuação das casas naquela localidade.
Para exemplificar as constantes alterações de vento “típicas da zona”, contou que enquanto falou com a Lusa a direção do vento mudou, o que a deixou esperançosa de que o incêndio “possa não chegar à aldeia”.
Às 00:00, estavam empenhados no incêndio 447 operacionais, apoiados por 143 veículos e um meio aéreo, de acordo com informação publicada na página de Internet da Autoridade Nacional da Proteção Civil.
Num ponto de situação da evolução fogo às 23:00 de sexta-feira, fonte daquela autoridade disse à Lusa prever que “com o reposicionamento de meios e entrada de humidade e decréscimo da velocidade do vento, os trabalhos corram favoravelmente” durante a noite.
Ao início da tarde, o incêndio chegou a ter três frentes ativas a progredir com “grande intensidade”, e a Proteção Civil deslocou habitantes de casas que estavam na frente de fogo para a Aldeia da Pedralva, uma aldeia rural do concelho de Vila do Bispo que já foi habitada por mais de 100 pessoas, mas cujas 24 casas são usadas, desde 2010, para fins turísticos.