O incêndio que lavra há mais de 24 horas no concelho de Odemira estava, às 12:15, a ser combatido por 694 operacionais e tinha cinco setores, mas só três ativos, não havendo habitações em perigo, segundo a Proteção Civil.

“Consideramos o incêndio ativo”, disse àquela hora o comandante operacional distrital de Beja (CODIS) da Proteção Civil, Carlos Pica, num ‘briefing’ aos jornalistas, em Sabóia, concelho de Odemira, onde está instalado o posto de comando do combate ao fogo rural.

Segundo o responsável, às 12:15, o combate às chamas envolvia 694 operacionais, apoiados por 233 veículos e 10 meios aéreos.

 O incêndio, que ainda não saiu do concelho de Odemira apesar de se ter aproximado de Monchique (distrito de Faro), tem cinco setores: três estão ativos, um está em vigilância e o outro está dominado, precisou, frisando que a área onde o fogo atualmente está ativo “não tem qualquer habitação”.

Por isso, indicou, “não há habitações em perigo” e não está prevista a retirada preventiva de pessoas de casas nas próximas horas.

Em relação aos cinco setores do incêndio, explicou o comandante, o "Bravo" e o “Echo” estão totalmente ativos; o “Delta” está só ativo a 15%, estando a restante área de 85% considerada dominada; o “Alfa” está em vigilância e o “Charlie” dominado.

O designado setor “Echo” está “a ceder aos meios” e o setor “Bravo” está “contido a um determinado espaço em linhas de água, onde os meios aéreos estão a operar e os meios terrestres estão a fazer a aproximação para poderem trabalhar em cooperação uns com os outros”.

No setor “Bravo” há “uma situação que é sensível para os operacionais”, ou seja, uma zona onde “os meios aéreos não podem operar”, porque “é onde existe a passagem de uma linha de média ou alta tensão, e aí tem de se jogar sempre pelo seguro”, explicou.

“Continuamos a considerar o incêndio ativo. Obviamente que depois a percentagem de dominado vai aumentado e, quando considerarmos que já estaremos seguros de garantir que o incêndio estará confinado àquela espaço físico, aí sim, iremos dar o incêndio dominado na sua totalidade”, vincou.

Sobre as condições meteorológicas, o comandante disse que o vento fraco que se fazia sentir por volta das 12:00 vai “aumentar um bocadinho de intensidade” durante a tarde de hoje, “mas não está previsto afetar significativamente as operações” de combate ao incêndio.

Segundo o responsável, “todo este trabalho” e “a articulação entre as entidades” têm “dado frutos”, mas as autoridades têm “ido jogando sempre pelo seguro, considerando três aspetos fundamentais”, nomeadamente “as pessoas - cidadãos e os operacionais -, a salvaguarda dos seus bens, sempre que seja possível, e o ambiente”.

“Durante a madrugada, não se conseguiu chegar aonde se queria, porque acima de tudo estava a segurança dos operacionais”, exemplificou.

Já em relação aos cidadãos, as autoridades tentaram preservar “ao máximo aquilo que conseguiram” para que “os danos fossem os menos possíveis”, disse, referindo que na quarta-feira foram retiradas preventivamente 17 pessoas de casas, as quais “já regressaram aos seus domicílios”.