O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) informou ontem que, no ano passado, encaminhou 1.556 casos de Enfarte Agudo do Miocárdio através do 112 para os hospitais, um acréscimo de 73% face a 2021.

Fonte do INEM explicou à agência Lusa que o aumento de casos contabilizados para estatística refletem “um maior número de registos comparativamente a anos anteriores, com um acréscimo de 73% (mais 658 doentes) relativamente a 2021”.

Este aumento deve-se “à implementação da ferramenta iTEAMS (INEM Tool for Emergency Alert Medical System), que se encontra em funcionamento em todos os meios de emergência médica do INEM e em 86 entidades do Sistema Integrado de Emergência Médica, entre corporações de bombeiros e delegações da Cruz Vermelha Portuguesa”, adianta.

De acordo com a mesma explicação de fonte do INEM, esta ferramenta começou a funcionar em 2018 e desde essa data tem vindo a ser aperfeiçoada e expandida aos vários operadores.

Os dados hoje expressos na nota do INEM, no Dia Nacional do Doente Coronário, e referentes à Via Verde Coronária (VVC) registados em 2022, indicam que a idade média dos doentes que sofreram Enfarte Agudo do Miocárdio é de 63 anos, incidência que é de 81% na população masculina onde existe uma maior incidência desta doença súbita.

“Em 63% das situações, decorreram menos de seis horas entre o início dos sinais e sintomas e o contacto com o INEM foi feito através do 112, com este indicador a piorar ligeiramente relativamente a 2021”, refere o INEM, sem apresentar números comparativos.

Adianta ainda que “em 52% do total de casos foi possível a realização de eletrocardiograma por parte das equipas de emergência pré-hospitalar em menos de 10 minutos, desde a chegada ao local”.

De acordo com os mesmos dados, os distritos onde foram encaminhados mais doentes com EAM foram Lisboa, Porto e Faro, com 299, 293 e 138 casos registados, respetivamente.

O INEM acrescenta que, “em particular, o Centro Hospitalar Universitário de São João (122), o Centro Hospitalar Universitário do Algarve - Hospital de Faro (111), e o Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Central (99) foram as unidades hospitalares que receberam o maior número de doentes encaminhados através da Via Verde Coronária”.

“O reconhecimento precoce dos sinais e sintomas do EAM é fundamental e deve motivar uma chamada imediata para o 112. Esta é a via preferencial para o acionamento dos serviços de Emergência Médica, dado que está demonstrado que o contacto com o 112 reduz o intervalo de tempo até ao início da avaliação, diagnóstico, terapêutica e agilização do transporte para a unidade hospitalar mais adequada”, sublinha o INEM.

O organismo do Ministério da Saúde alerta que dor no peito de início súbito, com ou sem irradiação ao membro superior esquerdo, costas ou mandíbula, suores frios intensos, acompanhados de náuseas e vómitos são alguns dos sinais e sintomas que podem indicar um EAM e que, na sua presença, deve ser contactado de imediato o Número Europeu de Emergência – 112.

O EAM é uma das principais causas de morte em Portugal.

A realização de exames médicos de rotina, os hábitos de vida saudáveis, a prática de desporto de forma regular, evitar o tabaco e a vida sedentária são algumas das formas de prevenção eficazes e acessíveis a todo o cidadão, sublinha.

 

Por: Lusa