João Pereira fez uma prova de trás para a frente, depois de um percurso de natação (1.500 metros) mais fraco, que o colocou no segundo grupo no segmento de ciclismo (40 quilómetros), na perseguição ao grupo principal, de 18 unidades, em que seguia Miguel Tiago Silva.
No terceiro e último setor (10.000 metros de atletismo), o experiente atleta de 35 anos, que já tinha vencido em Quarteira, em 2017, foi ultrapassando vários adversários e chegou ao grupo da frente.
Contudo, com o esforço despendido na recuperação, não conseguiu anular o ataque de Thorn nos metros finais, fechando o pódio em 01.46.41 horas, atrás do vencedor (01:46.36) e do suíço Fabian Meeusen, segundo (01:46.38).
“Já compito aqui desde 2006. Já fiz provas boas e outras menos felizes e hoje foi a prova disso, de que só acaba no final. O segmento da natação não me correu bem, mas lutei bastante e consegui o terceiro lugar”, disse o atleta português, 67.º no ranking mundial.
João Pereira “ambicionava mais” na etapa de Quarteira da Taça da Europa – que não conta para o apuramento olímpico para Paris2024 –, mas depois do início de corrida “bastante violento” para voltar à discussão pelo triunfo, tentou poupar-se para chegar à meta “com algum ‘gás’”.
No horizonte, está o apuramento para Paris2024: “Os Jogos Olímpicos são sempre um objetivo. Mas, depois de quinto [Rio de Janeiro2016], depois de 27.º [Tóquio2020], quero superar os meus melhores resultados. Vamos ver como corre até lá e se consigo o apuramento”.
Miguel Tiago Silva, que esteve sempre entre os primeiros na natação e no ciclismo, acabou por quebrar na terceira das quatro voltas no segmento de atletismo, terminando no oitavo posto (01:47.11).
“Estou supercontente. Desde o início que tomei conta da minha prova, queria fazer a minha prova e, mesmo com uma ‘start list’ [lista de inscritos] muito forte, não tive medo de puxar na natação, na bicicleta e na corrida. Na última volta, faltaram-me as pernas, mas foi normal. O público português deu-me uma força indescritível no final”, referiu.
O triatleta luso, de 25 anos e 206.º no ranking mundial, tem um objetivo claro para 2023 e já olha para o ciclo olímpico que termina em Los Angeles2028.
“Tenho um objetivo muito grande, que é fazer uma medalha internacional este ano. Este dia foi quase e, por isso, estou supermotivado para continuar a treinar. (…) Sei que Paris2024 é quase impossível para mim, o meu foco é Los Angeles, há um longo caminho a percorrer, mas acredito que vou concretizar esse objetivo”, concluiu Miguel Tiago Silva.
Também concluíram a prova de elites masculinos os portugueses João Mansos (18.º, em 01:48.04), Pedro Gaspar (24.º, em 01:48.38), André Dias (26.º, em 01:48.55), Tiago Fonseca (45.º, em 01:52.10) e Hugo Figueiredo (48.º, em 01:53.07).