Em Almada, o ainda piloto da equipa de fábrica austríaca recordou o seu passado vitorioso na KTM, com a qual deu “o maior passo” da sua carreira, “a transição para a categoria rainha do MotoGP”, e reafirmou empenho total até à última corrida da temporada.
“Juntos conquistámos 37 pódios, dos quais 14 são vitórias, por isso é um percurso do qual me orgulho bastante. Ainda com corridas por terminar nesta época, acredito que esse número ainda pode ser aumentado. Essa é a nossa esperança até à última volta do Grande Prémio de Valência”, frisou o piloto.
Nesse sentido, assumiu que “o empenho” na sua atual equipa até ao final da época “é garantidamente 100%”, apesar de já não ir testar coisas com vista ao futuro no próximo fim-de-semana, em Misano, uma vez que “a colaboração técnica irá terminar” entre as partes.
“Tudo o que puder aproveitar para este ano, vou aproveitar. E é nessa ótica de explorar o meu potencial e o potencial da minha equipa até ao final da última volta, em Valência. O futuro não está, obviamente, comprometido por tomarmos caminhos diferentes no final desta época”, garantiu o futuro piloto da RNF.
Por isso, apesar de reconhecer “esperança” no futuro ao serviço da RNF, disse estar “ansioso por viajar para Itália” na quarta-feira, onde se disputa o GP San Marino no fim de semana.
“Há muitos passos para dar ainda até lá chegarmos. Obviamente que, pensar no futuro, pensamos sempre de forma positiva, com bastante esperança e vontade de que ele chegue, mas ao mesmo tempo cientes de que o presente é o mais importante neste momento”, vincou.
Ainda assim, Oliveira assumiu que a KTM lhe ofereceu um lugar na Tech3, “que na altura não era intitulado como lugar da GasGas Factory Racing Team” e que foi “nessa altura” que percebeu que “poderia reconsiderar o seu futuro” no Mundial de velocidade.
A Ducati, nomeadamente através de um lugar “na Gresini e não noutra equipa”, também foi uma hipótese colocada “em cima da mesa”, mas o piloto explicou que “os ‘timings’ não era os certos”.
Miguel Oliveira, de 27 anos, termina contrato no final da temporada com o construtor austríaco KTM, ao serviço do qual se estreou em MotoGP, em 2019, na Tech3, e rumou à equipa de fábrica em 2021.
O piloto natural de Almada, atual 10.º da classificação de pilotos, com 85 pontos, menos 115 do que o francês Fabio Quartararo, líder e campeão do mundo, conta quatro vitórias na categoria ‘rainha’ do motociclismo de velocidade, com os triunfos em Portimão e na Estíria, em 2020, em Barcelona, no ano passado, e na Indonésia, na presente temporada.
O nono lugar alcançado em 2020 foi a melhor classificação obtida por Oliveira no Mundial de MotoGP, que foi 14.º em 2021 e terminou em 17.º no ano de estreia.
Antes de chegar à MotoGP, Miguel Oliveira sagrou-se vice-campeão do mundo de Moto3, em 2015, e Moto2, em 2018, em ambos os casos em KTM, atrás do inglês Danny Kent e do italiano Francesco Bagnaia, respetivamente.
Na próxima época, o espanhol Raul Fernandez, que representa esta época a Tech3, vai ser o companheiro de equipa do piloto luso na RNF.
Na KTM, Miguel Oliveira vai ser substituído pelo australiano Jack Miller, que se junta ao sul-africano Brad Binder na equipa de fábrica.
A RNF Racing é uma equipa malaia, que se estreou em 2022 no campeonato de MotoGP, em parceria com a Yamaha, tendo, a partir do próximo ano, acordo com a Aprilia.
No presente campeonato, alinharam pela formação propriedade de Razlan Razali, cujo nome utiliza as primeiras letras dos nomes dos seus filhos (Razali, Nadia e Farouk), o italiano Andrea Dovizioso e o sul-africano Darryn Binder, irmão mais novo de Brad Binder, atual companheiro de equipa de Miguel Oliveira na KTM.
Por: Lusa