O protocolo, rubricado pela diretora regional de Cultura do Algarve, Alexandra Gonçalves, pelo reitor da Universidade do Algarve, Paulo Águas, e pela presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Conceição Cabrita, no salão nobre do município, vai permitir também promover a formação de estudantes universitários e do ensino secundário local e divulgar o conhecimento junto da comunidade.
A diretora regional de Cultura do Algarve afirmou que Cacela Velha é “uma das mais características aldeias do Algarve” e “uma preciosidade patrimonial”, com um “conjunto arquitetónico classificado há 22 anos” e uma “Zona Especial de Proteção” reconhecida com uma portaria de 2010.
Cacela Velha está no litoral do sotavento algarvio, entre Vila Real de Santo António e Tavira, e as escavações realizadas descobriram “importantes vestígios” arqueológicos, como um “castelo islâmico do período medieval, vestígios do período da conquista cristã, da própria medieval cristã, da época moderna e da fase posterior do terramoto de 1755”, observou Alexandra Gonçalves.
A diretora regional adiantou que os parceiros do protocolo vão, assim, “cooperar na área da proteção e valorização do património cultural”, na “dimensão da investigação histórico-arqueológica da conservação e salvaguarda” e na “divulgação e formação” sobre Cacela Velha.
Haverá também um “campo escola em arqueologia com participação de investigadores nacionais e estrangeiros”, uma “área de formação para alunos universitários, com duração aproximada de cinco semanas por ano”, que darão a estes estudantes “experiência prática no trabalho de campo”, destacou Alexandra Gonçalves.
“A Direção Regional [de Cultura do Algarve] assume como compromisso participar na vertente de investigação científica, acompanhamento técnico da intervenção, divulgação das atividades, ações de formação a desenvolver, colaborar na definição de medidas de proteção e de salvaguarda das estruturas arqueológicas e do núcleo histórico”, referiu ainda Alexandra Gonçalves.
Os trabalhos de campo serão realizados todos os anos em meados de junho, até 2022, e vão aprofundar o conhecimento arqueológico que fez de Cacela Velha, segundo a presidente da Câmara algarvia, “um dos pontos mais importante do concelho em termos patrimoniais”, com vestígios dos períodos “romano, islâmico e cristão”.
Conceição Cabrita disse ainda que esta “parceria interessante, entre a Universidade, a direção regional e Câmara”, será “importante também para os estudantes locais” e para, no futuro, o concelho ter “um turismo diferente do tradicional sol e praia, apostando muito na parte cultural, patrimonial e das tradições”.
Maria João Valente, investigadora da Universidade do Algarve, disse que o projeto “não só tem a componente de investigação, mas também a de ensino” e “a vertente societária”, ao permitir “passar esse conhecimento para a comunidade”, o que, “às vezes, é o mais difícil”, considerou.
Por: Lusa