Construída em torno do romance de Lídia Jorge, “Os Memoráveis” – livro aclamado pela crítica como o grande romance sobre o 25 de Abril – a sessão fará uma revisitação desse período revolucionário através da participação de António Laginha, arquiteto e bailarino, José Mendes Bota, antigo presidente da Autarquia, e Manuel Costa Guerreiro, médico psiquiatra, que no dia 25 de abril de 1974, fizeram gravações às emissões do Rádio Clube Português. Estes ilustres louletanos, à época estudantes universitários, em Lisboa, para além dos seus comentários que revelam surpresa e adesão ao “movimento dos capitães” registaram declarações, praticamente desconhecidas, de Mário Soares no exílio em Paris, sobre os acontecimentos que estavam a ter lugar em Portugal. Para ouvir em “Dia Distante Aqui tão Perto”.
O programa seguirá com “Vidas Surpreendidas, Lá Fora”. A palavra será dada a militares que estavam em comissão de serviço nas antigas colónias quando foram surpreendidos pela revolução.
“O Romance como Memória” será o tema da conferência de Carlos Reis, Professor Catedrático da Universidade de Coimbra, onde dissertará sobre o significado e a importância da memória na obra de Lídia Jorge. No fim da conferência a autora, agraciada recentemente com o prémio Médicis Étranger pelo seu romance ”Misericórdia”, fará uma breve intervenção.
As companhias, sediadas no concelho, Ao Luar Teatro e Mákina de Cena, terão uma participação assinalável na sessão. Será da sua responsabilidade a primeira teatralização do romance de Lídia Jorge. “Dois dos Memoráveis” incidirá nas figuras transfiguradas de Otelo, “El Campeador”, e Vasco Lourenço, “Oficial de Bronze”.
Abre a sessão o presidente da Comissão Concelhia das Comemorações para os 50 anos do 25 de Abril, Carlos Albino. Serão de Vítor Aleixo, presidente da Câmara Municipal de Loulé as palavras finais.
A encerrar a sessão o Quarteto Sul Arte, composto por músicos da Orquestra do Algarve, tocarão a “Grândola Vila Morena”, canção escolhida para senha do Levantamento Nacional em Armas. Foi para o ar no programa “Limite”, emitido na Rádio Renascença, passavam 19 segundos das 00h20 minutos, do dia 25.