A existência do canil, sito em Santa Rita, que foi consumido pelas chamas em resultado do incêndio de Castro Marim e que se alastrou a Vila Real de Santo António, vitimando 14 animais, foi reportada pelo menos em março de 2018, pelo movimento de cidadãos «Por uma Tavira Mais Amiga dos Animais» e pela associação «Adota», junto do Gabinete de Veterinária da Câmara Municipal.

“Foi com surpresa que o PAN Algarve teve conhecimento das declarações do Presidente da Câmara Municipal de Vila Real de Santo António (VRSA), ao afirmar que não sabia da existência do espaço onde morreram ontem 14 animais carbonizados em Santa Rita. Temos conhecimento de que pelo menos desde 2018 que já teriam sido denunciados três abrigos a funcionar sem condições, um dos quais o que veio a ser destruído pelo incêndio”, afirma Saúl Rosa, Comissário Distrital do PAN Algarve. “Temos provas conclusivas de uma das denúncias, feita a 7 de março de 2018, junto do médico veterinário municipal”, acrescenta.

Face ao sucedido e perante a tomada de posição pública da Câmara Municipal, o PAN Algarve questionou de imediato a autarquia sobre os procedimentos e diligências tomados durante a noite para evitar que o desfecho tivesse culminado com a morte destes animais, até ao momento sem resposta.

Após a denúncia do PAN relativa à morte dos 14 animais, tendo avançado com um processo de queixa-crime no Ministério Público, o Ministério do Ambiente e Ação Climática veio hoje anunciar a abertura de um inquérito. Contudo, a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, veio já a público dizer que considera apesar de importante, esta medida insuficiente, “até porque pela experiência que temos de Santo Tirso, o processo ficou completamente parado e há mudanças que têm de ser feitas, como a inclusão dos animais nos planos de proteção civil e o levantamento dos abrigos existentes no país, sejam públicos ou privados e estejam ou não regularizados”. Com efeito, no caso do incêndio de Santo Tirso, em que morreram quase 80 animais há um ano e um mês, não existe à data sequer uma acusação contra as proprietárias do espaço. “E é por isso mesmo que avançámos com uma queixa-crime, para podermos acompanhar o processo e juntar também outros meios de prova”, sublinha a porta-voz do PAN.

Por. PAN