Por Tito Olívio

Não é de pijama, que eu visto o meu dia,

Nem mesmo me custa não ter companhia.

A força da alma se mede no olhar,

Até, se a mirada, de meus olhos, é.

Levanto da cama, à hora vulgar,

E visto-me todo, pra tomar café.

Respeito me devo, à minha pessoa,

E faço de tudo, pra não ser bandalho.

Este isolamento me pesa e magoa,

Mas é sempre dia normal de trabalho,

Embora não tenha, aqui, liberdade.

Me lavo e barbeio e me sinto mais rijo.

Escrevo, escrevo, sem dó nem piedade:

Rabisco de dia, à noite, corrijo.

Sapatos não calço, só uso chinelos:

Esse é o segredo de bem me sentir.

Varri da cabeça meus sonhos mais belos

E, assim, já não posso, de casa, fugir.