“Eu hoje entreguei no Tribunal Constitucional exatamente 9.490 assinaturas, com certidão de eleitor agrafada. O que me leva a esta candidatura é a pobreza de muitos portugueses, essa é a razão principal, e a minha proposta principal é sobre a habitação, é sobre o artigo 65 da Constituição, porque o maior problema do povo português está na habitação”, avançou Humberto Correia, em declarações por telefone à agência Lusa.
Humberto Correia, que concorre sem quaisquer apoios, disse ter recolhido sozinho as assinaturas necessárias para entregar no TC, durante quatro meses, tendo enviado mais de 3.000 cartas para todo o país, incluindo Madeira e Açores.
Como ações de campanha para as eleições de 18 de janeiro, Humberto Correia pretende começar a partir de dia 21 ou 22 deste mês a entregar os seus panfletos na rua, vestido de Dom Afonso Henriques.
O início da campanha será em Viana do Castelo, seguindo-se Guimarães, Braga, Vila Real, Bragança, e a ideia é ir descendo até ao Algarve, tal como Dom Afonso Henriques na conquista de Portugal.
O principal tema da sua candidatura vai ser a crise da habitação, que considera "o maior problema do povo português" e, na sua perspetiva, o Presidente da República deve “utilizar a magistratura de influência” e fazer pressão sobre o Governo para o resolver.
“O Estado tem que construir habitação social e alugar a preço acessível, porque as pessoas, mesmo a trabalhar, não conseguem pagar uma renda de casa”, vincou o candidato.
Para Humberto Correia, “é preciso construir mais pequeno, para ser mais barato”, defendendo que um jovem que viva sozinho “só precisa de 30 metros quadrados para viver e só pagaria uma renda mensal de 90 euros”. “É uma forma de os manter cá”, sublinhou.
Humberto Correia nasceu em 1961 no conselho de Olhão, distrito de Faro, onde reside, é pai de dois filhos e esteve emigrado em França, onde trabalhou cerca de 10 anos em várias fábricas e 15 anos na construção civil.
Regressou a Portugal em 2003 e dedicou-se a pintar quadros na rua, na baixa de Faro, durante 20 anos.
Em 2017 foi candidato à Câmara Municipal de Faro e é também autor do livro “As Pulgas da Minha Infância”, sobre um menino que cresce no seio de uma família pobre da sociedade portuguesa nos anos 60 e 70 do século XX.




