A nova aplicação móvel da Proteção Civil de Loulé foi apresentada na passada quarta-feira, durante a 9ª edição do Seminário “A Proteção Civil e a Comunidade”, evento bienal promovido pelo Serviço Municipal de Proteção Civil de Loulé que reúne especialistas para debater um tema que está, cada vez mais, na ordem do dia em todo o mundo.
O Cineteatro Louletano teve casa cheia, marcando presença nesta iniciativa entidades ligadas às áreas emergência, segurança e socorro, ao ambiente e mundo rural, à Academia, mas também estudantes do curso profissional de Proteção Civil da Escola Secundária de Loulé.
Foi perante este público que Telma Guerreiro, chefe de Divisão de Proteção Civil da Autarquia, deu a conhecer a nova ferramenta digital ao serviço da comunidade em matéria de proteção civil.
Face à necessidade de instrumentalizar novas estratégias no que diz respeito à difusão de informação pública nos domínios da prevenção e segurança, o Município de Loulé fez uma atualização da anterior app.
Sendo de fácil acesso, transversal a várias faixas etárias e intuitiva, nesta aplicação é possível obter informações sobre, por exemplo, o perigo de incêndio, meteorologia, estações meteorológicas do concelho, avisos à população, fogos ativos, avisos e alerta de tsunamis, assim como conselhos úteis, noticias e contactos.
“Esta app constitui mais uma peça do trabalho que a Autarquia de Loulé tem vindo a fazer”, como notou o presidente Vítor Aleixo.
No que respeita ao eixo do conhecimento, para além do curso profissional de Proteção Civil da Escola Secundária de Loulé, o edil relembrou a intenção de criar neste concelho uma Escola de Bombeiros.
O Município tem vindo a trabalhar igualmente na transformação da paisagem. No âmbito desta adaptação do território à mudança do clima, Vítor Aleixo referiu a necessidade de fazer “muitas obras de pequena e média dimensão”, por exemplo no que respeita às linhas de água, para tornar “o território e a comunidade resilientes”.
O autarca realçou ainda a importância da política das parcerias nesta área, nomeadamente através de ações como o Programa “Aldeia Segura, Pessoas Seguras”; a parceria com a GNR em vários programas; o protocolo com o Exército português; a parceria com os caçadores e com a Associação de Produtores Florestais da Serra do Caldeirão.
O presidente da Câmara Municipal de Loulé lembrou ainda iniciativas como a Agenda para a Sustentabilidade enquanto “valorização do triângulo verde floresta-árvores-solo”, os 4 Condomínios de Aldeia, as 4 Aldeias Resilientes, além da implementação de cobertura digital que permitirá instalar câmaras de deteção de fogos.
Em nome do Comando Regional de Proteção Civil, Abel Gomes lembrou o investimento que a Câmara de Loulé tem feito, “não só a nível municipal, mas também de âmbito regional”.
Na parte da manhã, o Seminário “A Proteção Civil e a Comunidade” contou com a presença de dois municípios que, através dos seus responsáveis da Proteção Civil, vieram falar sobre as suas experiências. Primeiro, Rui Figueira, do Funchal, abordou o trabalho realizado naquela que é uma realidade diferente da de Portugal continental, um território que recentemente também foi fustigado por incêndios.
Já Margarida Castro Martins, diretora do Serviço Municipal de Proteção Civil de Lisboa, apresentou a operação “de secutity” que foi montada na capital e nos concelhos vizinhos de Loures e Oeiras, de 24 de julho a 6 de agosto, para receber a Jornada Mundial da Juventude.
Duarte Caldeira, investigador, falou da base legal que sustenta a Proteção Civil, bem como os desafios que se colocam nos dias de hoje. Fernando Carrilho, do IPMA, explicou de que forma se desenrolam os sistemas de alerta precoce de tsunamis.
Na parte da tarde, mais quatro oradores trouxeram conhecimento a este seminário. Numa escala internacional, João Almeida Silva, da Direção-Geral da Proteção Civil e das Operações de Ajuda Humanitária Europeia, falou do mecanismo europeu de Proteção Civil e a evolução até ao rescEU.
Da Universidade Nova de Lisboa, veio o docente José Carlos Ferreira para falar das infraestruturas verdes como resposta para reforçar a resiliência nas comunidades face às alterações climáticas.
António Moital, dos Bombeiros Municipais de Loulé, apresentou o estudo que realizou junto das populações de 22 aglomerados do concelho de Loulé onde está implementado o programa “Aldeia Segura, Pessoas Seguras”.
Finalmente, Francisco Rego, do Instituto Superior de Agronomia, fez uma abordagem às questões da transformação da paisagem e os incêndios florestais.
A sessão de encerramento esteve a cargo do vereador Carlos Carmo. “Temos um território vasto, diverso e com muitos riscos pelo que o nosso Serviço Municipal tem que estar capacitado e perfeitamente articulado com os Bombeiros Municipais. Só com um trabalho em parceria conseguimos ter uma resposta eficaz para as problemáticas do nosso território ao nível da Proteção Civil”, afirmou.