Em 2022, a taxa de risco de pobreza para a população desempregada ascendeu a 46,7%, muito superior à da população empregada (10%).

Em 2022, 17% das pessoas residentes em Portugal estavam em risco de pobreza, tendo a taxa de risco de pobreza para a população desempregada ascendido a 46,7%, significativamente superior à da população empregada, que foi de 10%. Significa, então, que o risco de pobreza entre os desempregados foi cinco vezes o dos empregados. Em causa estão dados divulgados esta terça-feira (20 de fevereiro de 2024) pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). 

Relativamente à população reformada, a taxa de risco de pobreza situou-se nos 15,4%, tendo sido de 31,2% para as restantes pessoas inativas. 

“Em relação a 2021, a taxa de risco de pobreza apenas diminuiu para a população empregada, tendo aumentado para a população desempregada e inativa. É também na população desempregada que a intensidade da pobreza e a desigualdade na distribuição do rendimento são mais elevadas. Entre a população empregada, os dados revelam que a pobreza é menor para os indivíduos empregados no setor público e para os indivíduos muito satisfeitos com o emprego”, conclui o gabinete nacional de estatística.

Segundo o INE, os dados revelam uma relação positiva entre a escolaridade e a redução da pobreza: “Enquanto 22,6% da população que tinha concluído, no máximo, o ensino básico era pobre, o risco de pobreza foi de apenas 13,5% entre a população que tinha terminado o ensino secundário ou pós-secundário e 5,8% entre a que tinha concluído o ensino superior. Em relação ao ano anterior, destaca-se o aumento da taxa de pobreza das pessoas que concluíram, no máximo, o ensino básico”. 

Os dados em causa, adianta o INE, constam do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento (ICOR), que é constituído por um conjunto de informações que são recolhidas anualmente e por um “sistema que conjuga módulos que recolhem informação complementar pré-definida com periodicidade regular e módulos ad hoc sobre novas necessidades de informação”. 

“Os resultados apresentados neste destaque incluem dados da componente anual e do módulo sobre ‘Mercado de trabalho e habitação’ realizado em 2023 (a repetir a cada três anos), o que permite a análise do risco de pobreza e da desigualdade de rendimento contextualizada pela relação dos indivíduos com 18 e mais anos de idade – que constituem a população de referência nesta análise – com o mercado de trabalho e com a escolaridade”, explica o instituto.  

 

Idealista News