Neste concerto, Susana Travassos apresenta temas do seu último disco, gravado em Buenos Aires, um projeto que já passou pela Coreia do Sul, Espanha, Argentina e Uruguai onde propõe uma viagem às suas raízes algarvias e presta uma homenagem a Fernando Reis, seu pai, cantando temas que permearam a vida e o amor entre pai e filha.
E quem melhor do que uma filha para contribuir para perpetuar essa esperança, essa sombra benigna que inspirou e inspira o seu canto e a sua arte? E não é por acaso que o nome do seu último CD se chama «Pássaro Palavra», tal pai, tal filha, acreditando na força da palavra e da liberdade.
Os bilhetes encontram-se à venda no Centro Cultural António Aleixo, nos dias úteis, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00 (no dia do espetáculo a partir das 19h00) e na bilheteira online www.bol.pt.
"Fernando Reis, que acaba de nos deixar, foi um romântico. A forma como segurou este jornal, acreditando que a força das palavras contribuía para a inteligência viva, para o benefício da notícia justa e a independência do pensamento, fez dele uma personalidade marcante. Foi diligente numa região de indolência, foi pronto numa sociedade de adiamento, foi atento e prático, no meio de uma cultura de inércia. Para quem acredita na capacidade de resistência num meio hostil à comunicação social, Fernando Reis foi um exemplo de crença no jornalismo de proximidade.
Quanto o Algarve lhe deve? Quanto devemos a Fernando Reis? Não podemos dizer quanto porque o seu legado não pode ser avaliado em números. Sabemos sim, que adaptou o Jornal do Algarve aos desafios que se levantaram à imprensa regional na passagem do milénio, e que soube resistir à grande vassoura digital, que leva para o mesmo local do evanescente, quer o bom quer o mau. A chegada, semanalmente, à nossa mesa, do jornal do Fernando Reis, envolto numa cinta de papel usado, aproveitado dos restos, comovia. E comoverá. É preciso ser esperançoso. A sombra benigna de Fernando Reis inspirará quem se lhe segue. Todos desapareceremos mas o sulco que fazemos na terra onde vivemos será mais forte do que a nossa fotografia. Fixem a fotografia de Fernando Reis, a sua causa tem muito para contar.”
Lídia Jorge