Os trabalhadores da Cimpor vão realizar uma greve de três dias, de 16 a 19 de abril, por aumentos salariais de 8% com mínimo de 200 euros, anunciou ontem a Federação dos Sindicatos da Construção, Cerâmica e Vidro (Feviccom).

A paralisação em defesa da proposta de revisão do Acordo de Empresa foi decidida pelos trabalhadores em recentes plenários realizados nas fábricas, "mais de vinte anos depois da última greve realizada", afirma a coordenadora da Feviccom, Fátima Messias.

A administração da Cimpor - Indústria de Cimentos propôs um aumento salarial de 4,1%, uma proposta que "não repõe nem melhora o poder de compra, desrespeita os saberes e competências dos trabalhadores, não tem em conta os ganhos de produtividade e não assegura uma justa distribuição da riqueza", indica a federação, em comunicado.

"Uma empresa com os lucros em alta não pode ter salários em baixa", defende a Feviccom, considerando que "basta de discursos que elogiam os trabalhadores e desvalorizam os seus direitos e salários".

A federação exige aumentos salariais de 8%, com um mínimo de 200 euros em 2024 e um período normal de trabalho de 37 horas semanais, a partir de 01 de janeiro de 2025.

Entre as reivindicações estão ainda a retribuição do trabalho por turnos, feriados no regime de laboração contínua, o pagamento do 15.º mês, apoio escolar a filhos dos trabalhadores e o alargamento da progressão de carreira de diversas categorias profissionais.

De acordo com o pré-aviso de greve, serão afetados os centros de produção de Loulé, Alhandra e Souselas e o entreposto da Maia.

 

Lusa