Banco de Portugal instaurou um processo de contraordenação ao Montepio por vendas que geraram perdas de 12 milhões de euros.
O Banco Montepio vendeu à CarVal Investor duas carteiras de crédito malparado e imóveis em 2015, que resultou na perda de 12 milhões de euros para a instituição financeira. Dada a dimensão dos prejuízos deste negócio, o Banco de Portugal (BdP) instaurou um processo de contraordenação ao banco e a dois gestores para apurar responsabilidades.
 
Tudo começou há cerca de oito anos, quando o Banco Montepio concluiu a venda de dois portfólios de malparado e imóveis com a CarVal Investors, mediante um mecanismo de partilha de valor com o banco (o "earn-out"), através do qual o comprador pode pagar um valor mais baixo, tendo depois a possibilidade de haver um pagamento adicional associado à valorização dos ativos, escreve o Jornal Económico.
 
Acontece, entre 2017 e 2020, a CarVal decidiu vender estas duas carteiras de malparado com desconto à Arrow Global, negócio que fez expirar as cláusulas de "ern-out", gerando perdas de 12 milhões de euros ao Banco Montepio.
 
Este caso suscitou dúvidas ao BdP que resolveu instaurar um processo de contraordenação “especialmente grave” ao Montepio e a dois gestores da instituição, por não terem assegurado a existência de um sistema sólido de gestão do risco que permitisse avaliar e controlar os riscos imobiliários e de mercado, escreve o mesmo jornal.
 
Agora, o processo de contraordenação contra o Montepio e os seus gestores está em fase de audição de testemunhas, estando ainda longe de ser concluído. Mas quando for deverá dar lugar ao pagamento de coimas elevadas.