“Penso que esta é uma corrida superagradável, encaixa no meu estilo e nos meus objetivos muito bem. Gostei muito de estar cá no ano passado, por isso é muito bom estar de volta. O Algarve é um grande objetivo para mim, antes de ‘transformar-me’ num ajudante para o Primoz [Roglic] e o Jonas [Vingegaard]”, começou por dizer.
O afável ciclista da Jumbo-Visma ‘ignorou’ o frio e o forte vento que se tem feito sentir no Algarve desde que a prova arrancou, na quarta-feira, e dispôs-se a responder às perguntas da agência Lusa, sempre de sorriso aberto, apesar de visivelmente desconfortável dentro das ‘frias’ roupas amarelas e pretas da sua equipa.
“Espero que sim”, atirou, ao ser questionado sobre se tenciona melhorar o resultado do ano passado na prova portuguesa, uma pretensão que ficou bem visível na terceira etapa, quando foi um dos dinamizadores de uma iniciativa que juntou seis candidatos à geral e que culminou com a vitória em Tavira do camisola amarela, o dinamarquês Magnus Cort (EF Education-EasyPost).
Vencedor da Volta a França do futuro em 2019, Foss foi sexto na geral da ‘Algarvia’ em 2022, um resultado prejudicado pela aparatosa queda na etapa da Fóia, em que perdeu tempo que teria sido suficiente para subir ao pódio final.
“Até aqui, tudo bem. No ano passado, sofri uma queda e perdi cerca de 40 segundos, por isso, para já, estou satisfeito. Penso que o pódio está ao meu alcance, veremos onde estarei [na classificação] após a etapa de hoje. Mas até agora está a correr bem”, revelou, deixando entrever que a amarela final é algo que está nos seus planos.
No dia em que o pelotão sobe (duplamente) ao Malhão, onde a meta coincide com uma contagem de segunda categoria, o nono classificado do Giro2021 reconhece que “o objetivo é ganhar tempo aos adversários [da geral] no contrarrelógio” da última etapa, na qual vai usar, pela segunda vez desde que a conquistou, a camisola arco-íris.
“É sempre espetacular vesti-la. Ainda não fiz muitas corridas com ela mas é verdadeiramente especial”, confessou à Lusa.
A vitória no Mundial, diante dos mais favoritos Stefan Küng e Remco Evenepoel, respetivamente segundo e terceiro, mudou para melhor a vida do norueguês de 25 anos, como o próprio admite, trazendo-lhe, entre outras coisas, um maior reconhecimento por parte do público.
“Penso que é sempre especial para as pessoas verem um campeão do mundo em ação com essa camisola. Até para mim, quando estou a vesti-la, é especial. É uma experiência muito boa”, reforçou.
O ouro que conquistou em Wollongong surpreendeu-o tanto como a qualquer conhecedor da modalidade, incluindo o próprio Evenepoel, cuja reação ao triunfo do ciclista da Jumbo-Visma na Austrália deu origem ao vídeo mais viral da temporada velocipédica passada.
“Vi, vi [o vídeo]. Também fiquei muito surpreendido. Estava confiante de que poderia sair-me bem, mas não assim tão bem. Penso que foi uma surpresa para toda a gente”, declarou, a rir-se.
Agora, o oitavo da geral desta Volta ao Algarve quer desfrutar da sua camisola, mas também “continuar a melhorar”, numa época em que quer ir aos Mundiais “e tentar ganhar outra vez” o arco-íris no contrarrelógio.