A sociedade Águas de Monchique vai investir 7,5 milhões de euros na requalificação e na modernização da unidade fabril nas Caldas de Monchique, para triplicar a produção e lançar novos produtos, segundo a administração.

"A requalificação da fábrica permitirá aumentar os postos de trabalho e triplicar a produção, passando dos atuais 40 milhões para 120 milhões de litros, de forma a dar um forte incremento à qualidade e diversidade de produtos", explicou hoje à Lusa o administrador Vítor Hugo Gonçalves.

Para possibilitar a construção e a expansão da unidade fabril, a Câmara de Monchique alterou o Plano Diretor Municipal (principal instrumento concelhio de gestão do território), para desafetar um terreno que tinha condicionantes da Reserva Agrícola Nacional, da Rede Natura e da Reserva Ecológica Nacional.

De acordo com o responsável, a empresa tem necessidade de aumentar a produção para responder à procura dos mercados.

O mercado asiático é o de maior exportação, nomeadamente para a China, Hong Kong, Singapura e Macau, que importam cerca de 30% do volume de produção da água algarvia. Nestas áreas, “as vendas têm aumentado substancialmente”.

A requalificação da fábrica passa pela modernização dos equipamentos, "alguns dos quais de alta tecnologia e que serão testados pela primeira vez, o que faz com que a empresa seja pioneira a nível mundial".

A água de Monchique é reconhecida pela sua alcalinidade e pela riqueza em sais minerais, especificidades que a definem como um ajudante natural do reforço das defesas da saúde.

Segundo a empresa, a qualidade é garantida pelo laboratório interno.

"É a água alcalina nacional com maiores benefícios para o organismo humano. Não é uma água corrente, é de qualidade superior e diferente", sustentou.

Vítor Hugo Gonçalves disse ainda que a empresa prevê lançar em breve novos produtos direcionados para o norte da Europa e reforçar o crescimento em Espanha e no Perú, "países onde a marca está a crescer a nível de importância".

O responsável acrescentou que a marca Monchique aumentou também em cerca de 60% a sua presença no mercado nacional, apontando o crescimento de “clientes fiéis que conhecem os benefícios que a água tem na saúde".

As obras de ampliação da unidade das Caldas de Monchique têm início previsto para novembro deste ano e conclusão é apontada para fevereiro de 2017.

Durante este período, a fábrica manter-se-á “a laborar nos mínimos para responder às necessidades do mercado".

"O processo tem sido muito lento, devido à burocracia e aos constrangimentos ambientais, encontrando-se em fase procedimental final, para que seja aprovado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Algarve, ficando a nova construção em condições de avançar", destacou o presidente do município.

Segundo Rui André, o processo de revisão do Plano Diretor Municipal (PDM) para desafetação do terreno e permitir a edificação de uma nova estrutura da empresa Águas de Monchique "foi pacífico, não se registando qualquer contestação”.

"É um terreno que está inserido numa área que não motiva preocupações ambientais e durante o período em que o documento esteve em consulta pública não houve ninguém, nem nenhuma entidade que se opusesse", sublinhou.

O autarca indicou que o terreno fica definido no PDM "apenas para a implantação da unidade da Águas de Monchique, com uma área edificável de 2.000 metros quadrados".

Para Rui André, a requalificação da unidade fabril é "um investimento importante e prioritário, até porque a água é uma referência e um dos impulsionadores da economia" daquele concelho da serra algarvia.

 

Por Lusa