Os proprietários do Alojamento Local (AL) nas regiões Norte, Centro e Alentejo estão satisfeitos com o negócio e pretendem continuar a atividade, apesar de apontarem a sazonalidade e a carga fiscal como principais obstáculos, conclui um estudo hoje apresentado.

O estudo “Qualificação e Valorização do Alojamento Local”, encomendado pela Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) ao ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa, inquiriu 2.183 empresários e analisou um total de 2.189 alojamentos locais, dos quais 1.132 no Norte, 672 no Centro e os restantes 385 no Alentejo.

A investigação, apresentada hoje na sede da AHRESP, em Lisboa, permitiu concluir que os empresários do AL estão satisfeitos com o negócio e querem continuar a desempenhar esta atividade, sendo que no Norte 99,5% dos proprietários manifestou vontade em continuar, no Alentejo 95,9%, e, por fim, 86,3% dos empresários do Centro mostrou interesse em permanecer neste negócio.

Os proprietários do AL na região Norte, “mais novos e com níveis de escolaridade altos em relação às outras regiões, estão muito otimistas com a sua atividade: quase dois terços declaram que é sua atividade principal, 53% define-se como empresários do Turismo e 99,5% pretende continuar a sua atividade”, refere o estudo.

Em relação ao número de anos necessários para recuperar o investimento efetuado, os empresários do Centro estimam cerca de 10 anos, enquanto os proprietários das regiões Norte e Alentejo admitem cerca de seis anos.

No entanto, a sazonalidade e a carga fiscal são ameaças transversais a todas as regiões, de acordo com o estudo, que inquiriu 2.183 empresários e analisou 2.189 unidades de AL em funcionamento, que representam 16% do total de unidades presentes no Registo Nacional de Estabelecimentos de Alojamento Local (RNAL).

O problema da sazonalidade é, contudo, mais visível no Centro e menos no Alentejo, apontou a professora do ISCTE responsável pelo estudo e que hoje apresentou as conclusões, Hélia Pereira.

Além destes aspetos, foi ainda feita uma caraterização das unidades de alojamento local, do perfil dos empresários e ainda dos hóspedes.

No entender da secretária-geral da AHRESP, Ana Jacinto, “o AL tem um papel significativo na recuperação dos imóveis” e a partir daí vai nascer novo comércio e nova restauração, garantindo a regeneração das cidades, sustentou.

O objetivo passa por "dotar de informação quem tem poder de tomar decisões sobre um setor que é novo", acrescentou.

Também Hélia Pereira defendeu que o “Alojamento Local tem um papel importante na criação direta e indireta de emprego e qualificação dos locais”.

A região de Lisboa já tinha sido estudada anteriormente, pelo que em breve as entidades responsáveis pela investigação querem estendê-la ao Algarve e às Regiões Autónomas.

 

Por: Lusa