O Algarve precisa de investimentos para revitalizar a economia e combater o défice de cerca de 100 milhões de euros na produção de bens, defendeu hoje o presidente da maior associação de empresários da região.

“Ao contrário do setor de serviços, o Algarve tem um défice de 100 milhões de euros de bens. Importamos produtos como figos e amêndoas de Espanha, da Turquia e dos Estados Unidos da América, mas há 30 anos exportávamos esses produtos para todo o mundo”, indicou Vítor Neto, presidente do Núcleo Empresarial da Região do Algarve (NERA).

Em declarações à agência Lusa, à margem da apresentação do ‘Algarve REVIT+’, um programa para revitalizar as áreas empresariais da região, que decorreu na cidade de Lagos (Algarve), o empresário sublinhou que a região “reúne todas as condições para voltar a produzir diversos produtos, principalmente na área agrícola”.

“Temos condições de território e climáticas para produzir coisas interessantíssimas na área agrícola que permitem olhar para o futuro com otimismo”, frisou.

Segundo Vítor Neto, o NERA está empenhado em contribuir para “ajudar a revitalizar alguns dos setores da economia”, propondo-se concretizar várias iniciativas, a primeira das quais no dia 22 de junho, sobre a agricultura no Algarve.

“É uma iniciativa para dar a conhecer o que foi a agricultura, o que está a ser feito e mostrar as potencialidades do Algarve, para produzir mais para a própria região e para se poder exportar”, destacou.

Para o presidente do NERA, não faz sentido que uma região que produz bens, os deixe de produzir e que os esteja a importar”.

Vítor Neto acrescentou que o programa ‘Algarve REVIT+’, financiado por fundos comunitários, “é de extrema importância para ajudar a revitalizar as áreas empresariais existentes, bem como para a criação de outras que possam vir a ser implementadas”.

O empresário indicou que existem no Algarve 75 áreas empresariais - áreas de aglomerado de empresas -, “sendo muitas delas de grande fragilidade”.

“Das 75, foram selecionadas três áreas no sentido de as modernizar, dar-lhes maior consistência, melhores infraestruturas, ter uma imagem e uma gestão, no sentido de atrair mais empresas e dar-lhes uma dinâmica própria”, indicou.

As três áreas empresariais cuja intervenção é considerada prioritária pelo NERA, estão concentradas em Lagos, Tavira e Vilamoura (Loulé).

Aquele dirigente da associação empresarial acrescentou que um projeto idêntico ao que hoje foi apresentado esteve na base da revitalização e reorganização da maior área empresarial do Algarve, situada no município de Loulé.

“É com base nessa experiência que foi feita esta candidatura para, em conjunto com as câmaras municipais, aplicar o conhecimento adquirido”, concluiu.

O ‘Algarve REVIT+’ visa revitalizar as áreas empresariais da região, através do reforço da capacitação e da promoção das pequenas e médias empresas instaladas nessas áreas, com modelos de gestão e de marketing inovadores, por meio da criação da Rede de Áreas Empresariais do Algarve.

Lagos é um dos municípios cuja candidatura ao “Algarve Revit+” foi aprovada, para intervenção nas zonas do Chinicato, Pinheiral e Marateca, abrangendo cerca de 60 empresas já instaladas.

O Algarve ‘REVIT+’ é promovido pelo NERA, Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL) e Comissão de Coordenação e Desenvolvimento do Algarve (CCDR Algarve) e cofinanciado pelo CrescAlgarve2020, Portugal 2020 e Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).

A secretária de Estado da Indústria Ana Teresa Lehmann assistiu à apresentação do programa de apoio às áreas empresariais, tendo também visitado o Espaço Empresa, instalado no edifício da Câmara de Lagos.

O Espaço Empresa é um gabinete de apoio aos empresários, promovido pela Agência para a Competitividade e Inovação (IAPMEI), Agência para a Modernização Administrativa (AMA)e pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP).

 

Por: Lusa