A prova mostrou o Algarve Interior ao mundo

O ultramaratonista João Oliveira, da Chaves Run Team-Associação Desportiva Dragões de Chaves, voltou a vencer isolado o ALUT-Algarviana Ultra Trail. Este ano o atleta precisou de apenas 41h40m (menos 1h24m do que em 2017) para percorrer os 300 km que separam Alcoutim do Cabo de São Vicente, pela Via Algarviana. Apesar de repetente no evento, João Oliveira garantiu, à chegada à meta (ver a entrevista completa aqui), que tal facto não foi um fator adjuvante. “Sinceramente não me lembrava de 95% do percurso”, admitiu. Os problemas climatéricos, nomeadamente a chuva e o frio, aliados à lama que se formou no terreno, foram os grandes desafios da prova para este atleta.

O segundo homem a ver o farol do Cabo de São Vicente ainda de dia foi o japonês Wataru Iino. O atleta, que no ano passado venceu a Badwater, no EUA, e que já participou nas provas mais exigentes do circuito mundial, como a Maratona das Areias ou a Diagonal des Fous, precisou de pouco mais de 46 horas para terminar esta viagem pelo Interior Algarvio, proporcionada pela ATR- Algarve Trail Running, com o apoio da RTA-Região de Turismo do Algarve, da ANA - Aeroportos e da Associação Almargem. O terceiro classificado, João Faustino, a correr pelo Pronto a Comer A Cozinha Portimão, chegou à meta às 22h30m, após 54h de prova.

Entre as mulheres a disputa foi renhida, mas a vencedora foi a francesa Sylvie Mathis, que liderou a prova desde o segundo terço, seguida por Patrícia Carvalho, da ATR – Algarve Trail Running, e Cidália Martins, da equipa Vendas Novas Trail. De destacar Patrícia Carvalho, que depois de ter sido a única mulher a aceitar o desafio no ano passado, este ano regressou não só para terminar, como para alcançar um lugar no pódio.

 

O Algarve “na boca do mundo”

De acordo com Bruno Rodrigues, também da organização, “a prova superou todas as expetativas em termos de participação de atletas, equipas de apoio, famílias e envolvimento dos organismos e população locais”. Depois de uma primeira edição na qual o ALUT teve como missão mostrar que poderia ser um cartão de visita para o Algarve, particularmente, o Interior, a organização do ALUT mostrou-se agradavelmente surpreendida pelo apoio recebido não só dos parceiros RTA, ANA e Associação Almargem, como de todas as câmaras municipais, juntas de freguesia, bombeiros voluntários e grupos e coletividades locais, além da população que durante três dias incentivou os atletas ao longo do percurso e fez questão de os mimar nas bases de vida, com produtos caseiros e regionais.

Mais surpreendente ainda foi “o impacto que a prova teve a nível nacional e internacional, seja na vertente competitiva como no interesse gerado em acompanhar o evento e conhecer a região através dele”, realça Bruno Rodrigues. Na vertente desportiva, destaque para a qualidade dos atletas, que se refletiu nos tempos alcançados, mas também para a participação de atletas de 12 nacionalidades, incluindo o Japão, país de origem do segundo classificado, que em 2017 venceu uma das provas mais exigentes do mundo, a Badwater.

Do ponto de vista do interesse no evento, sublinha-se, além das pessoas que se deslocaram ao Algarve para assistir à prova, mesmo não tendo familiares e amigos a competir; o facto de as populações locais terem saído à rua para incentivar e apoiar os atletas; e o número de pessoas que acompanharam a prova através da plataforma www.live.alut.pt. “Tivemos uma média de 45 000 page views diárias durante os três dias do evento”, concretizou Germano Magalhães.

 

Por: Ana Águas