O líder do PSD, Rui Rio, encerra hoje a 17.ª edição da Universidade de Verão do PSD, um dia depois de ter participado na Festa do Pontal, onde fez um discurso centrado nas legislativas e nos ataques ao PS.

A sessão de encerramento em Castelo de Vide (Portalegre) está marcada para as 12:00, cerca de 16 horas depois do discurso de Rui Rio em Monchique, naqueles que eram habitualmente os dois momentos de ‘rentrée’ política dos sociais-democratas.

No Pontal, num discurso de cerca de 30 minutos, Rio prometeu abrir “uma guerra contra os interesses instalados” pela descentralização e procurou explicar as razões pelas quais entende que “o PS não merece ganhar as eleições” de 06 de outubro e os motivos pelos quais o PSD as deve vencer.

O líder social-democrata recuperou a polémica das ligações familiares no aparelho partidário e governativo socialista para acusar o PS de se “aproveitar do Estado” quando está no poder.

Por outro lado, Rio defendeu que “o PS não soube ou não quis” aproveitar melhor a conjuntura económica favorável, e acusou o Governo de “bater o recorde nacional dos impostos” e devolver ao país “serviços públicos mínimos”, apresentando números nas áreas da saúde, educação e ferrovia.

Pela positiva, o presidente social-democrata defendeu que o programa do PSD quer trazer “não um bom resultado eleitoral, mas esperança aos portugueses”, terminando a intervenção com uma quadra ao jeito do poeta popular algarvio António Aleixo a atacar a governação socialista.

No ano passado, Rio tinha aproveitado a Festa do Pontal para fazer um ataque duro aos críticos internos, a quem avisou então que iria cumprir o seu mandato – que termina em janeiro do próximo ano - “até ao último minuto”.

“O PSD pode ganhar as eleições. Tem é de querer. […] Não posso aceitar que haja quem, dentro do PSD, esteja permanentemente, através das críticas internas, a proteger e a tentar salvar o PS”, afirmou então, acusando alguns críticos internos de apenas pensarem nos seus “lugarzinhos”.

Já no discurso de 2018 na Universidade de Verão, que aconteceu uma semana depois, Rio virou os ataques mais para o Governo, que acusou de ser incapaz de dar respostas sobre o caso das armas de Tancos, seguir uma estratégia económica errada, fazer promessas que não pode cumprir e degradar os serviços públicos.

Este sábado, o presidente do PSD voltou a desvalorizar as sondagens que dão ao partido um resultado na casa dos 20%.

"Se há coisa que não faço fé é em sondagens. Faço fé naquilo que é o trabalho, nas propostas, naquilo que depois o povo irá dizer", disse, reiterando que só tem um “plano A” que é vencer as eleições.

O líder do PSD prometeu ainda no sábado, no arranque da Festa do Pontal, que a campanha do partido para as legislativas de outubro vai ser inovadora, com “mais conteúdo, menos gritaria” e sem insultos ao adversário.

“Vai haver muitos menos comícios com jantares onde se come a sopa, se agita a bandeira e se bate palmas e não se ouve quem fala”, afirmou, considerando que as campanhas a que os partidos se habituaram nos últimos 40 anos “descredibilizam a política”.

 

Por: Lusa