A Ryanair chegou a acordo com a ANA – Aeroportos de Portugal para manter a base em Faro, ainda que mais reduzida, bem como de uma parte dos postos de trabalho, de acordo com uma nota enviada à agência Lusa.

Assim, a companhia aérea «confirma que chegou a um acordo com a ANA, operador do aeroporto de Faro, que poderá permitir cancelar o encerramento previsto da sua base com três aviões neste inverno», lê-se no comunicado.

«Em vez disso, a base de Faro poderá agora ser reduzida para dois aviões a partir de novembro deste ano e até março de 2020, devido ao atraso nas entregas de perto de 30 aviões Boeing Max à Ryanair», segundo a nota.

No entanto, a companhia aérea irlandesa ‘low cost’ salientou que a continuação da presença em Faro «poderá agora ser possibilitada pelo acordo das tripulações baseadas» nesta infraestrutura «em mudar para contratos sazonais, para refletir a natureza sazonal do tráfego de e para o Algarve».

Citado na mesma nota, Micheal O’Leary, que é agora presidente da Ryanair Holdings, adiantou que «ainda que este acordo preserve a maioria dos empregos de pilotos e tripulantes em Faro neste inverno, a redução de três para dois aviões na base deverá conduzir a uma diminuição de perto de 80 postos de trabalho no pessoal de cabine contratado».

O mesmo responsável referiu que esta redução pode ser menor, atingindo menos de 50 trabalhadores, «com alguns desses membros das tripulações a assegurar vagas em outros locais da rede da Ryanair na Europa».

O’Leary termina afirmando que «infelizmente as perdas destes trabalhos a contrato [ou seja, contratados por empresas externas ou indepedentes] são inevitáveis, devido ao atraso na entrega» dos aviões.

No dia 06 de agosto, a Lusa noticiou que a Ryanair tinha comunicado nesse dia, em Faro, que iria encerrar a base naquele aeroporto em janeiro de 2020, e despedir cerca de 100 trabalhadores, embora continuasse a ter voos para este aeroporto.

A presidente do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), Luciana Passo, disse à Lusa nessa altura que uma diretora de recursos humanos da Ryanair tinha estado em Faro para anunciar o encerramento.

A sindicalista participava no mesmo dia numa reunião na Direção Geral do Emprego e das Relações do Trabalho (DGERT), em Lisboa, para discutir os serviços mínimos de uma greve decorreu na Ryanair de 21 a 25 de agosto.

«Foi-nos dito na DGERT que não seria bem encerrar [a operação], ou seja, a base fecha, mas os voos continuam a ser feitos», salientou Luciana Passo, lembrando que a Ryanair tinha já «avisado que ia reduzir o número de pilotos e tripulantes».

 

Por: Lusa