A previsível falta de sardinha – um dos pratos mais apreciados pelos algarvios e pelos muitos turistas que visitam a região – em pleno Verão vai resultar num claro prejuízo para a imagem da região e para uma das suas atividades económicas mais relevantes, a restauração.
Acresce à questão das quotas de pesca o facto de os pescadores serem dos poucos profissionais de um sector de atividade a quem a Lei do Salário Mínimo não é aplicada, situação que fica agravada com a redução do número de vezes que os armadores saem para o mar.
Para Nuno Campos Inácio, “esta situação é tanto mais surpreendente por, no final da última negociação, em Bruxelas, a ministra do sector, Assunção Cristas, ter chegado a Portugal, triunfante, a garantir que tinha conseguido um acordo histórico no que diz respeito às quotas de peixe atribuídas a Portugal”. O candidato considera ser “incompreensível que, tendo Portugal abatido tantas embarcações nos últimos anos e ficado com uma frota tão pequena, mesmo assim não consiga que os barcos que a constituem obtenham rendimento suficiente para se manterem em atividade ao longo de todo o ano”.
Nuno Campos Inácio manifesta a sua “total solidariedade e apoio aos pescadores que – se realmente forem impedidos de ir ao mar – devem ser compensados de forma justa e não receberem a espécie de esmola que a ministra lhes quer atribuir”.
Os problemas que persistem no sector – ao nível da definição de quotas, distribuição do produto que resulta da pesca (em que apenas a parte mais pequena reverte para os pescadores), apoios aos homens do mar, definição de preços, entre outros aspectos – são resultado do desleixo e da incompetência dos sucessivos governos do arco da governação, daí se compreendendo o silêncio envergonhado dos candidatos pelo Algarve dos respetivos partidos.
Por NÓS, Cidadãos!