O presidente da Câmara de Monchique disse hoje que o alargamento, até 30 de novembro, do prazo para as candidaturas aos apoios destinados aos agricultores que sofreram prejuízos pelo incêndio de agosto irá permitir ajudar muitas mais pessoas.

“É uma decisão que vem ao encontro do que pretendíamos, porque há várias pessoas que ainda não apresentaram as suas candidaturas, umas por dificuldade em reunir os documentos para o processo e outras porque deixaram tudo para a última hora”, disse à Lusa o presidente da Câmara de Monchique, Rui André.

O prazo inicial tinha sido estabelecido para 30 de setembro, mas o Ministério da Agricultura decidiu estendê-lo após pedidos da Câmara de Monchique, da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Algarve e da Cooperativa dos Agricultores de Monchique, lê-se num comunicado divulgado pelo Governo.

Em declarações à margem da apresentação de uma ação solidária de apoio à reflorestação da área ardida na serra de Monchique, o autarca sublinhou que “são várias as pessoas que ainda não reuniram a documentação toda, porque para poderem candidatar-se têm que reunir um conjunto de documentos, como a legalização de propriedade das construções afetadas, documentos que levam algum tempo”.

Para Rui André, o Governo tem demonstrado “grande abertura no tratamento dado ao caso das pessoas afetadas pelo fogo em Monchique, e o mesmo se espera que esse apoio se estenda aos agricultores e produtores florestais”.

“Seria de todo importante que o Governo crie no concelho de Monchique uma extensão rural que dê apoio aos agricultores e aos produtores florestais nesta fase importante de reflorestação e de acompanhamento do renascer destas zonas ardidas bem como à questão dos animais”, destacou.

Segundo o autarca, a proximidade de uma extensão rural, “é deveras importante porque há um conjunto de pessoas que vive da agricultura de subsistência dos animais e existem casos de pessoas que ficaram de fora dos apoios porque não têm os animais registados”.

“Reconheço que o erro está do lado das pessoas que não tinham os animais registados mas, olhando para o futuro, entendo que se crie um gabinete técnico, através do Ministério da Agricultura com o apoio da autarquia, para auxiliar ao registo dos animais, colo aliás já existiu no concelho”, concluiu

A reflorestação da serra de Monchique tem tido o apoio de várias entidades e empresas privadas na organização de ações solidárias de recolhas de fundos, às quais se juntou o Forum Algarve, entidade que vai destinar um euro por cada entrada paga na pista de gelo montada no centro comercial em Faro ao longo de mais de um mês.

Por: Lusa