Em 2019, o aumento de dormidas em hotéis face a 2018 foi de 2,4%, muito inferior ao verificado no AL (14,9%).

Alojamento Local (AL) parece estar a «roubar» hóspedes ao setor hoteleiro, pelo menos a ver pelos números revelados recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Em causa estão dados preliminares relativos ao ano de 2019.

«A hotelaria (82,9% do total das dormidas em 2019) apresentou um crescimento de 2,4% nas dormidas, evolução inferior às registadas pelo AL (+14,9%) e pelo turismo no espaço rural e de habitação (+6,7%).

As dormidas em hostels registaram um crescimento de 23,7%, representando 22,9% das dormidas em AL e 3,3% do total de dormidas no setor do alojamento turístico neste ano», lê-se no site do INE. 

Os números revelados pelo INE permitem ainda concluir que em 2019, pela primeira vez, o número de dormidas em AL ultrapassou a fasquia dos dez milhões.

Para Eduardo Miranda, presidente da Associação do Alojamento Local em Portugal (ALEP), estes números não correspondem 100% à realidade, visto que o INE contabiliza apenas os estabelecimentos de AL com 10 ou mais camas.

O que, refere o responsável, representa apenas 20% do total de camas e cerca de 10% dos estabelecimentos de AL em Portugal. 

«Os números do AL ainda estão a ser integrados nas estatísticas oficiais do INE, que hoje revelam apenas a ponta de um iceberg.

Esse processo está atualmente numa fase intermédia e quando estiver concluído será fundamental para, finalmente, conhecer o verdadeiro peso do AL no turismo. Vai ter um impacto grande nos números», disse Eduardo Miranda, citado pelo Dinheiro Vivo

As últimas contas da ALEP, feitas com base nas receitas da taxa turística, permitem concluir, por exemplo, que «no Porto o AL já representa cerca de dois terços das dormidas» e que «em Lisboa ultrapassa os 50%», adiantou o dirigente associativo. 

Para Eduardo Miranda, «o AL transformou-se no pilar do turismo» e estes números comprovam-no. No final do ano passado, havia cerca de 92 mil unidades de AL registadas no Turismo de Portugal, escreve a publicação.

 

Por: Idealista