Tal como havia prometido, o Governo de Montenegro vai revogar várias medidas que considera “erradas” do Mais Habitação, como é o caso do congelamento das rendas nos novos contratos de arrendamento de 2%. Mas também vai manter outras. O apoio extraordinário à renda de 200 euros será para manter enquanto o mercado não estabilizar, garante o novo Executivo, que adianta ainda que vai rever o universo de beneficiários. Está também na calha uma revisão dos prazos nos contratos de arrendamento e agilizar a resolução de incumprimentos no pagamento das rendas.
Uma das medidas do Mais Habitação trata-se do apoio extraordinário à renda até 200 euros que é atribuído às famílias com taxas de esforço superiores a 35% e rendimentos até ao sexto escalão de IRS. Esta é uma medida que será para manter dadas as dificuldades ainda existentes no pagamento das rendas, já que está prevista a “manutenção, enquanto o mercado não estabiliza, de subsídio de renda dinâmico que garante uma comparticipação às famílias com taxas de esforço elevadas”, lê-se no programa do novo Governo de Luís Montenegro, esta quarta-feira apresentado (10 de abril).
Mas o universo de beneficiários deste apoio à renda poderá mudar. Hoje só tem direito a esta ajuda ao pagamento da renda quem tiver celebrado contratos de arrendamento até 15 de março de 2023. Mas ao contrário de “limitar o apoio” à existente de contratos celebrados até março de 2023 “tal como no apoio às rendas atual, a AT verificará o universo de contratos frequentemente, e atribuirá uma comparticipação começando pelas famílias com maiores taxas de esforço”, explicam no documento. O alargamento do apoio à renda a quem tenha arrendado casa depois dessa data, a verificar-se, vai ajudar muitas famílias que têm dificuldades em pagar as despesas com a casa no último ano e ainda aquelas que foram obrigadas a celebrar um novo contrato de arrendamento e perderam o apoio.
Por outro lado, o novo Executivo promete a "substituição de limitações administrativas de preços por subsidiação pública aos arrendatários em situações de vulnerabilidade/necessidade efetiva (medida em função da taxa de esforço e nível de rendimento)". Mas não explica se vão ser criados novos apoios inquilinos ou reforçados aqueles que já existem. Outra promessa de Montenegro passa por “aumentar a abrangência do Porta 65, alterando os limites para a sua aplicação”.