A primeira proposta do mês tem como denominador comum as mudanças operadas nas últimas décadas em Portimão, que poderão ser apreciadas durante as caminhadas “(Com)Passos”, cujos percursos irão explorar as várias dimensões da cidade e os seus segmentos temporais, através de quatro percursos inspirados nas conversas entre o antropólogo Pedro Prista, o filósofo Nélio Conceição, o escritor Sandro William Junqueira, a historiadora Maria João Raminhos Duarte e o artista Paulo Quaresma.
Os (Com)passos têm o seguinte calendário e temáticas: dia 1 – “Quantos mortos tem cem anos?”, com ponto de encontro na entrada principal do Cemitério de Portimão marcado para as 10h30; dia 2 – “Do mar à periferia: a cidade reencontrada”, com encontro marcado para as 10h30 junto ao portão de entrada da Escola Básica Engenheiro Nuno Mergulhão; dia 9 - “Quando Portimão abraçou o rio”, com ponto de encontro às 15h00 na zona ribeirinha, junto ao Posto de Turismo; dia 10 – “Inventário moderno”, com ponto de encontro às 15h00 no Jardim das Águas Livres.
Estas caminhadas, limitadas a 25 participantes por sessão e destinadas a pessoas com mais de 16 anos, têm bilhetes a 3 euros e integram a programação artística da Lavrar o Mar - Cooperativa Cultural para celebrar o centenário de elevação de Portimão a cidade, ao abrigo de uma parceria estabelecida com o Município.
Nos dias 22, 23 e 24 de novembro, o destaque vai para o espetáculo “Rumor”, que explora o turismo e os seus mistérios, bem como a memória e o seu desaparecimento, resultando de uma investigação profunda sobre o desejo de ir de férias e o que reside por baixo e em volta desse impulso.
Agendado para as 21h00, o espetáculo tem início no Cais 3 - Gil Eanes da zona ribeirinha de Portimão e uma lotação máxima de 80 participantes, que devem adquirir bilhete ao preço de 5 euros.
Esta produção da Lavrar o Mar foi criada por Madalena Victorino e, para além de diversos intérpretes, contará com a participação especial do Rancho Folclórico da Figueira.
Outro dos momentos altos de novembro serão as cerimónias de enterro que fazem parte do Museu do Tempo, que neste mês terão lugar em espaços icónicos como o Jardim Visconde Bívar (dia 23), a Praça da República, a Rua de Santa Isabel, o TEMPO – Teatro Municipal de Portimão e a Rua Arco Maravilhas (dia 24) ou o Hospital de Portimão (dia 30).
A ideia é soterrar memórias presentes e futuras ligadas à cidade, tendo cada participante escolhido um objeto importante da sua vida e ligado à sua vivência de Portimão, assim como um lugar onde enterrá-lo a 50 cm de profundidade, num projeto que será terminado em dezembro.
As cerimónias serão acompanhadas por momentos musicais a cargo dos grupos de guitarra elétrica, sopros e voz que, desde maio, estão a participar nos Laboratórios Musicais.
A partir desse exercício, desenvolvido ao longo do ano, será criado um mapa da cidade com o lugar de cada memória-objeto e a sua própria história, e que o público poderá percorrer, redescobrindo Portimão, desta vez, a partir das memórias e dos afetos das pessoas que a habitam.
O final de novembro ficará marcado pela experiência culinária “Encatation” no Portimão Arena, onde o chef Alexandre Gauthier e o artista circense Johann Le Guillerm, do Cirque Ici, prometem desafiar os limites da gastronomia e da arte com um espetáculo inovador e sensorial.
“Encatation” convida a um ritual estranho em que conceitos se misturam para serem degustados tanto com o estômago como com a mente, ligando estas duas extremidades do ser humano que, apoiado numa coluna vertebral, se mantém de pé.
Nos dias 28 e 29 de novembro, as experiências terão início às 19h30, enquanto nos dias 30 de novembro e 1 de dezembro realizar-se-ão às 11h30 e às 19h30, sendo mais uma produção com a chancela Lavrar o Mar, cujos ingressos, ao preço de 12 euros, incluem refeição.
Johann Le Guillerm estará também no Museu de Portimão, onde, no dia 29 de novembro, às 21h00, realizará a conferência “Le Pas Grand Chose”, subordinada ao tema “Como recriar o mundo a partir do ponto mínimo?”, com bilhetes a 5 euros.
Nesta apresentação, o conferencista irá questionar o mundo a partir de uma perspetiva única e intrigante, desafiando a lógica convencional e provocando o público a abandonar pressupostos comuns para explorar uma visão alternativa.
Porque são as pessoas que dão vida a uma cidade, a dimensão humana será celebrada na exposição “A Cidade Fala”, uma antologia de retratos captados por João Mariano, João Tuna e Filipe da Pala, expostos na fachada do Museu de Portimão entre 16 de novembro e 24 de janeiro de 2025.
Entre outras atividades que prosseguem este mês, referência para as sessões para escolas e famílias da instalação-espetáculo ambulante “Biblioteca de Cordas e Nós”, que no TEMPO estimula experiências individuais e promete surpresas a quem visitar este projeto em evolução contínua.
A partir de novembro, uma Segunda Pele envolverá a “Biblioteca de Cordas e Nós” na forma do mapa circular da cidade de Portimão, traçado pelos alunos das escolas locais de Ensino Secundário com os seus caminhos orgânicos, para o que recorreram a fios e alfinetes, podendo ser vistas na parte exterior da estrutura as fotografias das sombras de cada jovem estudante que participou no projeto.
Mais detalhes sobre os eventos preparados para evocar esta efeméride tão especial estão disponíveis no site do centenário da cidade de Portimão, em www.portimaocidadecentenaria.pt