Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, o deputado do PSD Cristóvão Norte lembrou que “a 07 de maio, o Reino Unido levantou as restrições a viagens não essenciais para Portugal”, colocando o país, “por razões epidemiológicas, na lista verde e, desse modo, “permitindo a retoma da atividade turística”.
“Essa decisão do Reino Unido resultou num avassalador aumento das reservas, num incremento do número de voos, na contratação de pessoal por parte das atividades hoteleiras e restauração e, no fim de contas, na abertura de uma nova página de esperança para que a retoma fosse empreendida de forma mais célere”, apontou.
O deputado continuou, referindo que no passado dia 03 de maio, a Comissão Europeia propôs aos Estados-membros um alívio das atuais restrições às viagens não essenciais para a União Europeia, sugerindo designadamente que seja permitida a entrada a cidadãos de países terceiros já vacinados contra a covid-19.
Nesses dois critérios, argumentou o social-democrata, “o Reino Unido está muito bem posicionado”.
“Não obstante tudo isto, o Governo português, ainda que sabendo da importância desta matéria para o país, tratou da matéria com total leviandade. A inação do Governo português é dramática, resulta num impasse nestas relações com o Reino Unido”, lamentou, alertando que faltam apenas três dias para o levantamento de restrições de viagens do Reino Unido para Portugal.
Neste contexto, o PSD dirigiu hoje, com caráter de urgência, uma pergunta ao Ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, a pedir esclarecimentos sobre a matéria, apelando a uma solução urgente.
“Está nas mãos de Portugal tomar essa decisão, Portugal lidera o Conselho Europeu, estamos sob a presidência portuguesa, a Comissão Europeia fez uma proposta que vai no sentido dos interesses de Portugal e ainda assim, neste momento, a três dia deste marco importante , tal como foi reconhecido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros e pela secretária de Estado do Turismo, não há uma decisão”, apontou.
O deputado alertou ainda que a atual incerteza conduz “a um cancelamento de reservas, a incerteza que prejudica as perspetivas do turismo nacional e a um prejuízo muito significativo para a economia”.
"Relembro até, que já está autorizada a realização da final da Liga dos Campeões no Porto, dia 29 [de maio], portanto antecipa-se que a decisão das autoridades europeias venha a ser revista. A questão é: se Portugal tem interesse que fosse revista o mais cedo possível e se Portugal lidera neste momento o Conselho Europeu, porque razão Portugal, conhecendo todos estes elementos críticos, não tomou a iniciativa em algo que é do interesse vital para a recuperação económica do país e para a normalização da atividade turística em concreto", rematou.