Na Pérsia antiga “ab” significava água e “abadan” civilização ou cultura, pela relação estreita entre estes conceitos.
Na orla do Mediterrâneo tiveram origem civilizações cuja principal motivação era resolver a escassez de precipitação durante os meses mais quentes do ano.
A disponibilidade hídrica é uma medida de nível civilizacional. Enquanto que os antigos Romanos (fig. Neptuno) disponibilizavam na sua capital 1000 L por dia aos seus habitantes… na Idade Média as capitais europeias disponibilizavam menos de 10 L por habitante e os Portugueses de agora gastam cerca de 200 L diários.
Durante a ocupação Muçulmana da Península Ibérica, estes herdeiros da civilização Romana tornaram-se exímios na gestão da água… ao contrário dos Godos Cristãos que os antecederam…
Segundo descrições Maometanas, do tempo da Reconquista, era impossível permanecer na proximidade de Cristãos devido ao fedor que exalavam. Por outro lado, os Cristãos referiam que os Muçulmanos eram fanáticos da limpeza e que até de inverno se lavavam…
Quando das perseguições aos judeus, uma forma de os identificar era por não cheirarem mal… para os Cristãos bastava terem uma consciência limpa que a sujidade fizesse sobressair…
Os Maometanos estão proibidos de urinar na água… coisa que nós, por cá, atualmente, fazemos de consciência tranquila cada vez que puxamos o autoclismo…
A relutância na reutilização das águas residuais na rega pode ser explicada por razões históricas… como sabemos foram os Cristãos que venceram na Península Ibérica…
Ribeiras como a de Alte-Algibre-Quarteira, Fonte-Santa e Cadoiço estão poluídas, tal como as praias onde desaguam – Falésia, Vilamoura, Quarteira e Vale do Lobo… frequentemente encerradas devido a episódios de poluição…
Em Países Muçulmanos faz parte dos projetos de estações de tratamento de águas residuais a aplicação dos esgotos tratados na rega de espaços verdes existentes ou a criar para evitar a poluição hídrica (cursos de água, aquíferos, albufeiras e praias) …
