Vai ter lugar no próximo dia 24 de fevereiro a inauguração da exposição «Histórias que o rio nos traz”, em cerimónia pública agendada para as 16h30 no auditório do Museu de Portimão,

durante a qual será apresentado o programa comemorativo do centenário da cidade de Portimão, assente num vasto conjunto de atividades inspiradas nas pessoas e baseadas nas memórias, no presente e no futuro.

Esta nova exposição, para além de dar início às comemorações de “Portimão, Cidade Centenária (1924-2024”), pretende mostrar ao grande público o resultado da investigação científica efetuada nas últimas décadas, que reuniu vários fragmentos do passado da cidade, revelando muitas histórias sobre o Arade, que desde a Antiguidade foi um ponto de acesso ao interior algarvio, devido às excelentes condições de porto de abrigo natural do seu estuário, o que levou Portimão, provável ‘Portus Hanibalis’, ‘Portus Magnus’ ou ‘Cilpis’, a crescer em estreita ligação com o rio, inserindo-se numa extensa rede de intercâmbios comerciais e culturais. 

O assoreamento progressivo do Arade condicionou a sua navegação, tendo sido necessário efetuar extensas dragagens que retiraram do leito do rio enormes quantidades de sedimentos, posteriormente depositados nas praias, nos quais foram descobertos inúmeros vestígios do passado, testemunhos da ocupação desta região desde a pré-história até a atualidade.

Esses testemunhos de outras eras foram recolhidos pelos membros da Associação Projecto Ipsiis, com quem o Museu de Portimão desenvolve desde 2014 um inovador projeto de investigação, intitulado DETDA - Prospeção com detetores de metais nos depósitos de dragados do rio Arade e da ria de Alvor, merecendo destaque o relevante envolvimento e participação da sociedade civil neste processo.

No decurso dos trabalhos de investigação e salvaguarda do património efetuados nos últimos anos pelo Município de Portimão, através da Divisão de Museus e Património, esta exposição no âmbito da arqueologia, que poderá ser vista na sala de exposições situada no piso 0 do Museu até 3 de novembro próximo, permite a perceção do rio Arade como um repositório de património e a valorização dos vestígios dai provenientes enquanto reflexos materiais das vivências das populações que habitaram a região.

A diversidade de relações interculturais e territoriais estabelecidas ao longo do tempo, suas dinâmicas e impacto no desenvolvimento da sociedade, serão as temáticas desenvolvidas no âmbito desta mostra.

 

Desafio aos visitantes

Desenhada para provocar sensações, a exposição propõe um jogo aos visitantes, apresentando peças cuja função é de difícil perceção, dando-lhes a oportunidade de adivinhar a sua funcionalidade, colocando várias hipóteses à escolha.

Através de objetos e ilustrações de ambientes, o visitante é levado pela corrente das histórias de atividades navais num porto aberto ao mundo, de defesa e de proteção do porto, da vida ribeirinha até às memórias sagradas do rio, sendo deste modo convidado a descobrir fragmentos de um passado que dá a conhecer as histórias que um rio nos traz.

A comissão executiva deste projeto expositivo é composta pelo diretor científico do Museu, José Gameiro, e pelas diretoras do projeto DETDA, Vera Teixeira de Freitas e Isabel Soares.

Devido ao acompanhamento tutelar efetuado ao projeto de investigação, bem como pelo conhecimento detido sobre a história transversal do rio Arade, participam na exposição, enquanto comissários científicos, investigadores de várias entidades, nomeadamente Cristóvão Fonseca (Direção Geral de Património Cultural/Centro Nacional de Arqueologia Náutica e Subaquática), Frederico Tatá (Unidade de Cultura da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Algarve), Carlos Pereira (Universidade Complutense de Madrid), Pedro Barros (Centro de Arqueologia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa - UNIARQ), Rui Parreira (Grupo de Amigos do Museu de Portimão), bem como André Teixeira, (Centro de Humanidades da Faculdade de Ciências Socias e Humanas da Universidade Nova de Lisboa).

Este projeto de exposição temporária conta com o apoio da Rede Portuguesa de Museus, na sequência de candidatura ao ProMuseus - Programa de Apoio a Museus, que para o efeito destinou 42.118,40 euros.

 

Evocar a memória com os olhos no futuro

No ano em que se celebra o 100.º aniversário de elevação de Portimão a cidade, o Município celebra esta efeméride com uma programação baseada na memória, no presente e no futuro e inspirada nas pessoas, no qual a mostra a inaugurar no dia 24 de fevereiro é peça importante.

O programa comemorativo, sob o mote “Portimão, a nossa cidade”, é dirigido a diferentes públicos e dá a conhecer as raízes desta terra ímpar, enquanto repensa a própria história, através de espetáculos de música, exposições, seminários e cinema, além da edição de vários produtos literários sobre Manuel Teixeira Gomes, invocando o Presidente-escritor como patrono da cidade.

A mostra “Histórias que o rio nos traz” pode ser visitada no seguinte horário: terça-feira das 14h30 às 18h00 e de quarta-feira a domingo das 10h00 às 18h00 até 31 de julho e a partir de 1 de setembro; terça (19h30-23h00), quarta a sábado (13h00-23h00) e domingo (15h00-23h00), apenas durante o mês de agosto.