Tal como vem defendido há 20 anos, quando foram divulgadas pela primeira vez listas ordenadas de estabelecimentos de ensino baseadas em dados solicitados ao Ministério da Educação, a Fenprof voltou hoje a reafirmar o seu desacordo com a iniciativa, por considerar que os indicadores de qualidade das escolas ficam reduzidos apenas aos resultados que os alunos obtêm nas provas e exames nacionais.
Além disso, sublinhou, essa ordenação de estabelecimentos de ensino “é de uma enorme injustiça para o trabalho desenvolvido em cada uma delas por docentes, não docentes e alunos. Isto, para além de confundirem a opinião pública e as famílias, com informação tão redutora, parcelar e distorcida”.
A Fenprof considera que a divulgação destes trabalhos “dificulta o trabalho das escolas”, em especial as que se encontram em zonas de maior complexidade social, porque invariavelmente aparecem no final das listas, ou seja, “são rotuladas de piores”.
“Tal rótulo não constitui um estímulo para essas escolas, antes as torna alvo de discriminação, desmoralizando alunos, professores e pais. Recorda-se que a primeira divulgação dos 'rankings' de escolas em Portugal aconteceu em 2001, precisamente no mês em que o País de Gales anunciava que iria abandonar a sua divulgação”, diz o sindicato de professores em comunicado.
Para a Fenprof, as criticas ganham agora ainda mais força, porque os resultados dos exames em análise foram feitos poucos meses depois de um período de ensino à distância, que veio agravar ainda mais as desigualdades: “Se a divulgação dos 'rankings' foi sempre muito injusta, este ano ela torna-se ainda mais perversa”, acusa.