DUPLA PORTUGUESA VENCE TERCEIRO TÍTULO NO ITF WORLD TENNIS TOUR. FINAL DE SINGULARES ENTRE OS DOIS PRIMEIROS CABEÇAS DE SÉRIE, APÓS VITÓRIA DO FRANCÊS VALENTIN ROYER
Henrique Rocha qualificou-se hoje (Sábado) para a final do 1.º Tavira Mens Open by Crédito Agrícola, o torneio internacional M25, de 25 mil dólares em prémios monetários, que termina amanhã (Domingo), sob a organização do Tavira Racket Club, no Pedras Tennis & Padel Academy, com um forte apoio da Federação Portuguesa de Ténis (FPT).
O português de 19 anos vai tentar amanhã a primeira “dobradinha” da sua carreira, depois de hoje ter conquistado o torneio de pares, ao lado do seu amigo Jaime Faria. Foi o terceiro título de pares da dupla portuguesa, que jogou a sua quinta final das últimas seis semanas. Faria e Rocha, os primeiros cabeças de série, bateram por 6-3 e 6-1, em 65 minutos, um conjunto inédito, formado pelo ucraniano Aleksandr Braynin e o austríaco David Pichler. Jogaram juntos pela primeira vez e foram logo à final.
Henrique Rocha já ganhou quatro torneios de singulares do ITF World Tennis Tour e agora três de pares, mas nunca logrou vencer as duas provas de uma mesma competição. Será esse o seu desafio para a final de singulares, marcada para as 11h00, frente ao francês Valentin Royer. Sendo este o primeiro torneio do ITF World Tennis Tour organizado pelo Tavira Racket Club, a estreia não poderia ter sido melhor, com uma vitória portuguesa nos pares e uma final de singulares entre os dois primeiros cabeças de série.
Com efeito, Henrique Rocha, o segundo cabeça de série, derrotou pela segunda vez este ano o alemão Sebastian Fanselow, o terceiro pré-designado, por 6-3 e 6-3, em uma hora e 37 minutos. Foi uma repetição da final do segundo M25 realizado em setembro na Quinta da Beloura, em Sintra, já então com o triunfo do português em dois sets sobre o germânico residente na Parede, no concelho de Cascais. Uma meia-final que começou com cerca de uma hora e meia de atraso, devido à forte chuva matinal, mas o resto do dia foi soalheiro, quente e húmido.
«Na final da Beloura foi o único dia das duas semanas em que esteve vento e hoje foi o único dia da semana em que esteve vento, por isso, sim, tem sido uma constante jogar com ele quando está vento e em dias em que chove de manhã, porque lá também choveu de manhã. Eu lido bem com estas situações, porque não é nada que dependa de mim», analisou Henrique Rocha, que fez a sua melhor exibição ao nível do serviço, com 4 ases, 76% de primeiros serviços e 64% de pontos no primeiro serviço.
Sebastien Fanselow concordou com o português: «Hoje foi difícil porque estava vento, com condições de jogo diferentes dos últimos dias. O Henrique jogou melhor, adaptou-se melhor do que eu a essas condições e é um justo vencedor».
Depois, foi a vez de Valentin Royer, o n.º1 do torneio, superar o quinto cabeça de série, o costa-marfinense Eliakim Coulibaly, por 6-3 e 6-2, em uma hora e 21 minutos. Foi a desforra do europeu da derrota que o africano tinha-lhe imposto em setembro no Challenger 125 de Saint Tropez, então em três sets.
Tanto Henrique Rocha como Valentim Royer chegam à final sem ter cedido qualquer set e será o segundo confronto entre ambos. Em setembro, no Challenger 75 de Como, em Itália, em terra batida, o jogador natural de Paris, que reside em Montpellier, saiu vencedor do embate entre ambos na primeira ronda do qualifying, por 6-4 e 6-2.
Henrique Rocha sabe que não será fácil, mas acredita ter hipóteses: «É um jogador com muito bom serviço, é um jogo muito sólido, faz tudo bem, vai para a frente quando tem de ir para a frente. Joguei com ele este ano, perdi 6-4 e 6-2, mas no primeiro set tive 10 break-points e não concretizei nenhum. O primeiro set poderia perfeitamente ter calhado para mim. Perdi, é isso que ficou escrito, mas, na minha cabeça, sei que poderia ter ganho aquele encontro e amanhã será seguramente diferente».
Uma coisa é certa, o atleta do Centro de Alto Rendimento da FPT nunca perdeu uma final do ITF World Tennis Tour. Venceu as quatro anteriores que disputou, todas este ano, e já por quatro vezes na sua carreira derrotou adversários do top-300 do ranking mundial, incluindo as grandes vitórias que obteve no qualifying do ATP 250 do Estoril. Valentin Royer é o 275.º do ranking mundial, perto do seu melhor de 267.º em abril deste ano, enquanto Henrique Rocha ocupa a sua melhor posição de sempre, a 321.ª, e já sabe que, com o apuramento para a final, irá melhorar esse recorde pessoal, subindo para 319.º.
«Vou para esta final com quatro finais ganhas, espero que amanhã encha uma mão. Sem dúvida que estou bastante motivado, sinto-me a jogar bem e isso é o mais importante antes de jogar uma final», disse o jogador nascido no Porto e que treinou na Maia antes de ser integrado no CAR do Estádio Nacional, em Oeiras.
Uma motivação reforçada pelo triunfo na final de pares. «Nós temos vindo a jogar bastante bem – disse Jaime Faria – e já andamos a jogar juntos este ano desde ali quando fomos a uns torneios em Itália e depois a Espanha. Desde aí fomos criando alguma química e esse é um dos segredos, também jogamos com boa intensidade, com simplicidade a fechar os pontos, jogamos bem ao fundo, bem à rede. Este terceiro título é um prémio para nós, porque já perdemos tanta final que ameniza a coisa». O português de 20 anos e o seu parceiro de 19 já tinham levantado anteriormente os troféus nos M25 de Setúbal e Martos (Espanha), ambos este ano.
Entretanto, amanhã (Domingo), inicia-se já a fase de qualificação do 2.º Tavira Mens Open by Crédito Agrícola, com a presença de 19 portugueses. Por FPTénis