Em 2023, os bancos têm avaliado menos habitações para conceder créditos habitação face aos números do ano passado. Mas o metro quadrado tem ficado cada vez mais caro. O valor mediano de avaliação bancária na habitação foi de 1.518 euros por metro quadrado em junho de 2023, mais 7,9% face a junho de 2022. Este é mesmo o maior valor de sempre registado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
“Em junho de 2023, o valor mediano de avaliação bancária, realizada no âmbito de pedidos de crédito para a aquisição de habitação, fixou-se em 1.518 euros por metro quadrado (euros/m2), tendo aumentado 8 euros (0,5%) face a maio”, indica o INE no boletim publicado esta quarta-feira, dia 26 de julho. Este valor é 7,9% face à avaliação bancária registada há um ano e constitui um novo recorde na série estatística que remonta a 2011.
Olhando para o mapa de Portugal, verifica-se que o valor da avaliação bancária das casas aumentou em todas as regiões do país em termos homólogos, registando-se a variação mais intensa na Região Autónoma da Madeira (17,6%) e a menor no Centro (6,2%). Também face ao mês anterior, observou-se um aumento do valor do m2 das casas para os bancos em todas as regiões do país, sendo o aumento mais expressivo na Região Autónoma dos Açores (3,8%) e o menor no Algarve (0,4%).
Para apurar o valor mediano de avaliação bancária da habitação de junho de 2023, foram consideradas 23.012 avaliações, menos 21,3% que no mesmo período de 2022. Em comparação com o mês anterior, realizaram-se menos 323 avaliações bancárias (-1,4%). Das cerca de 23 mil avaliações bancárias de casas realizadas no mês passado, 14.880 correspondem a apartamentos e 8.132 a moradias.
Apartamentos: m2 foi avaliado em 1.692 euros
No que diz respeito aos apartamentos, o valor mediano de avaliação bancária foi de 1.692 euros/m2 em junho deste ano, tendo aumentado 8,3% relativamente a junho de 2022. Uma vez mais foi batido um recorde na avaliação bancária dos apartamentos.
Também todas as regiões viram o m2 a valer mais para os bancos em termos homólogos. Foi a Região Autónoma da Madeira que apresentou o crescimento homólogo mais expressivo (23,0%). Já a região Centro apresentou o menor aumento (7,3%). Face ao mês anterior, o valor de avaliação subiu 0,2%, registando a Região Autónoma dos Açores a maior subida (6,3%) e o Alentejo a única descida (-0,5%).
Os valores mais elevados da avaliação bancária dos apartamentos foram observados no Algarve (2.160 euros/m2) e na Área Metropolitana de Lisboa (2.033 euros/m2), tendo o Alentejo registado o valor mais baixo (1-103 euros/m2).
Olhando as avaliações de apartamentos realizadas em junho, verifica-se que a grande maioria (79,1%) são de tipologia T2 e T3. Assim variou o valor do m2 para a banca:
- apartamentos T2 subiu 22 euros, para 1.727 euros/m2;
- apartamentos T3 desceu 2 euros, para 1 492 euros/m2.
Moradias: avaliação bancária volta a subir para 1.173 euros/m2
No que diz respeito às moradias, o valor mediano da avaliação bancária também voltou a subir 4,5% em junho de 2023 face ao período homólogo para 1.173 euros/m2. Face ao mês anterior, o valor da avaliação das moradias cresceu 1,7%. Este também é o maior valor registado na série disponível pelo INE.
Foi a Região Autónoma da Madeira apresentou o maior crescimento homólogo no valor da avaliação bancária das moradias (13,0%), não se tendo registado reduções em nenhuma região. Comparativamente com o mês anterior, o Centro apresentou o crescimento mais elevado (2,9%), ocorrendo uma única descida no Algarve (-0,2%).
Os valores mais elevados de avaliação bancária das moradias observaram-se no Algarve (2.115 euros/m2) e na Área Metropolitana de Lisboa (2.000 euros/m2), tendo o Centro e o Alentejo registado os valores mais baixos (947 euros/m2 e 1.006 euros/m2, respetivamente), indica o instituto.
As tipologias T2, T3 e T4 representaram 88,5% das avaliações de moradias realizadas em junho deste ano, e assim variaram os seus valores para os bancos:
- moradias T2 subiu 56 euros, para 1.150 euros/m2;
- moradias T3 aumentou 20 euros, para 1.147 euros/m2;
- moradias T4 desceu 16 euros, para 1.251 euros/m2.
Por: idealista