Portimão está a celebrar o cinquentenário da Revolução de Abril com um dinâmico e abrangente programa de atividades ligadas às artes, ao associativismo e à cidadania ativa, que prossegue neste mês de março com destaque para o cinema, o teatro e a música.

A primeira ação está marcada para 8 de março, Dia da Mulher, e decorrerá nos Cinemas de Portimão, onde será exibido o filme “Clandestina”, realizado por Maria Mire com base no livro “Memórias de uma falsificadora”, da ativista política portimonense Margarida Tengarrinha.

O filme propõe uma reflexão sobre as atuais práticas de dissidência política, levando os espetadores a mergulhar no passado e acompanhar a vivência de uma jovem artista, que vive na clandestinidade em Portugal durante a segunda metade do século XX.

Margarida Tengarrinha desempenhou um importante papel na resistência antifascista, tornando-se falsificadora por militância política e a sua história pode ser conhecida em duas sessões: a primeira, marcada para as 15h00, destina-se aos alunos das escolas do concelho e terá a participação da realizadora, enquanto e exibição aberta ao público, de entrada livre, terá início às 21h00.

 

Música e teatro

A nível da música, destaque para o “Concerto de Homenagem Simples à obra de Fernando Lopes Graça”, que o Grupo Coral Adágio protagonizará a partir das 21h00 de 15 de março no auditório do Museu de Portimão.

De entrada livre, o espetáculo terá a participação dos coros infantis do grupo Coral Adágio e da Academia de Música de Portimão.

Na noite seguinte, 16 de março, o TEMPO – Teatro Municipal de Portimão recebe às 21h00 o espetáculo “Anónimos de Abril”, de Rogério Charraz e José Fialho Gouveia.

“Anónimos de Abril” homenageia homens e mulheres que foram determinantes para a Revolução e para a Resistência, mas que acabaram por ficar apenas nos rodapés da História. Joana Alegre e João Afonso sobem também ao palco para dar voz e alma a canções originais e inéditas que falam de clandestinidade, perseguição, tortura, fugas, gestos de humanidade e muito mais, imortalizando assim gente que lutou pela Liberdade.

Os bilhetes custam 10 euros e encontram-se disponíveis na BOL (https://tempo.bol.pt) ou na bilheteira do TEMPO, de terça a sábado entre as 13h00 e as 18h00 e na noite do espetáculo, até ao seu início.

O destaque seguinte desta programação, sob o mote “Portimão, Terra Democrática”, também terá lugar no TEMPO a partir das 21h00 de 23 de março, quando A Turma levar à cena o espetáculo teatral “O Salto”, centrado num grupo de jovens que, no início dos anos 70, se debate pela sobrevivência, numa acidentada tentativa de emigração clandestina.

“O Salto” é um projeto de investigação e dramaturgia original sobre a emigração portuguesa nas décadas de 1960 e 1970, que levanta o véu sobre um período da história recente que permanece tabu – pela miséria e obscurantismo em que se vivia, pela opressão da ditadura ou porque invoca o tema dissidente da deserção à guerra colonial.

Com texto original e encenação de Tiago Correia, as interpretações ficarão a cargo de Francisca Sobrinho, Francisco Pereira de Almeida, Teresa Mello Sampayo, Zé Ribeiro, Sofia Vilariço e André Júlio Teixeira.

Os bilhetes, ao preço unitário de 8 euros, podem ser adquiridos na BOL ou na bilheteira do TEMPO, de terça a sábado entre as 13h00 e as 18h00, e na noite do espetáculo, até ao seu início.

 

Percurso pela natureza e troca de ideias

Integrado nas Caminhadas da Liberdade, haverá na manhã do mesmo dia 23 de março um passeio pedestre pela estação biológica de Alvor, cujo ponto de encontro está marcado para as 9h00 junto à Piscina Municipal de Alvor. As inscrições são obrigatórias e devem ser feitas até 19 de março para http://tinyurl.com/56jabjv9

A Casa Manuel Teixeira Gomes acolhe às 19h00 de 28 de março uma ‘talk’ sobre o tema “Crianças e Jovens, Caminhos e Futuro”, promovida pela Associação Teia D’Impulsos e integrada nas tertúlias “A liberdade de partilhar boas ideias”.

Também com entrada livre, a iniciativa terá transmissão em direto no Facebook da Teia D'Impulsos e realiza-se no âmbito das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, visando compreender onde estaremos daqui a outros 50 anos, em diferentes questões de uma verdadeira “terra democrática”.

O objetivo global desta programação, que culminará em abril, passa por reforçar a memória coletiva e enfatizar a relevância atual dos valores e das conquistas da Revolução dos Cravos na construção e afirmação de um país progressista e igualitário.