As viagens aéreas (61%), o vestuário (59%), o setor hoteleiro (49%) e o retalho alimentar (48%) são, para os portugueses, os setores que estão mais enraizados em matéria de low-cost.
Num contexto de pressão económica e financeira, com uma previsão de aumento contínuo das taxas de juro, os portugueses têm vindo a optar por diferentes opções de consumo mais baratas. Na alternativa low-cost, 67% consomem regularmente produtos do retalho alimentar e 65% consomem vestuário e têxteis. No segmento de viagens e hotelaria, 55% optam por viajar em companhias aéreas low-cost e 52% escolhem hotéis ou outro tipo de acomodação da mesma alternativa. Estas são algumas das principais conclusões do Observador do Consumo Low-Cost 2023, um estudo realizado pelo Cetelem – marca comercial do grupo BNP Paribas Personal Finance.
Portugal reflete a tendência europeia, apenas com ligeiras variações. O vestuário (66%), viagens aéreas (62%) e retalho alimentar (58%) são referidos, por ordem decrescente, como setores “sinónimos” da alternativa low cost a nível europeu.
Em contraponto, os setores energético (64%), automóvel (61%) e bancário (61%) têm, no entender dos europeus, menor oferta low-cost, com os consumidores a referirem que não se encontram particularmente bem desenvolvidos.
Quais as marcas com maior representatividade da alternativa low-cost?
Quer na Europa, quer em Portugal, os consumidores consideram que marcas como o Lidl, a Ryanair, o Aldi, a EasyJet e a Primark estão entre as que melhor transparecem o conceito de low-cost, o que confirma que os setores do vestuário, viagens aéreas e retalho alimentar são os mais desenvolvidos.
Na Europa Ocidental, destacam-se ainda marcas como Ikea, Action e Hema como as maiores do mercado low cost. No Leste da Europa, as marcas mais associadas ao baixo custo são a Bierdronka (Polónia), pertencente ao Grupo Jerónimo Martins, Hofer (Áustria), Tesco (Hungria) e Wizz Air (Roménia e Bulgária).
Segundo o estudo, 83% dos europeus associam o setor low-cost a empresas que oferecem produtos e serviços mais baratos do que a média do mercado e 81% consideram que a alternativa de baixo custo inclui empresas e marcas especializadas neste tipo de ofertas. Marcas e retalhistas que reduzem os seus custos o máximo possível são incluídos por 74% dos europeus no mercado low-cost e 67% dizem que, atualmente, está presente em todos os setores comerciais.
Sem surpresas, o preço assume maior relevância na maioria dos setores low-cost
No segmento das viagens aéreas, o preço prevalece sobre a qualidade com uma diferença de 10 pontos (48% vs. 38%), enquanto no segmento do vestuário é de apenas 3 pontos (43% vs. 40%). No setor energético, a diferença entre o preço e qualidade é de 24 pontos (55% vs. 31%).
Já no retalho alimentar, a qualidade prevalece sobre o preço com uma diferença de apenas 1 ponto (42 vs. 43). Em aparelhos domésticos, aparelhos digitais ou veículos – setores que, à partida, não têm uma oferta tão diversificada em termos de low-cost -, a qualidade pesa mais do que o preço, justificado por fatores como a fiabilidade e durabilidade, essenciais para garantir a qualidade dos produtos.
Para 77% dos europeus, o modelo low-cost permite-lhes, evidentemente, consumir mais. Relativamente a estratégias de libertação de fundos para gastar mais, como por exemplo reduzir os gastos em bens supérfluos ou aproveitar grandes descontos, Portugal e a Roménia destacam-se de forma mais evidente em comparação com outros países.
Por: Cetelem